Resumo |
O câncer, atualmente, vem se apresentando como um problema de saúde pública mundial. No Brasil, é a segunda causa de morte por doenças. O câncer de pele do tipo melanoma é um dos tipos mais agressivo, letal e resistente. O tratamento do melanoma no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) possui como medicamento de escolha a Dacarbazina. É um fármaco pouco específico, podendo atuar em qualquer etapa do ciclo celular e apresenta resposta em apenas 20% dos casos por apenas 5 meses. Além disso, a resposta terapêutica completa ocorre apenas em 5% dos casos. Os fármacos mais modernos e específicos existentes no mercado apresentam alto custo e o ganho de sobrevida do paciente não é tão significativo. O dibenzoilmetano (DBM) (1,3-difenilpropano-1,3-propanodiona) e seus derivados são substâncias que apresentam propriedades antineoplásicas promissoras. Nesse sentido, considerando-se o impacto social e a relevância da doença, buscam-se novas opções de terapias que sejam mais eficazes contra esses agravos. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi sintetizar e analisar o potencial antimelanoma in vitro, além de determinar o tipo de morte celular causada por um derivado de DBM. O derivado 1,3-difenil-2-benzil-1,3-propanodiona (DPBP) foi sintetizado, purificado e caracterizado por RMN 1H e 13C. Os estudos in vitro foram realizados frente a células das linhagens tumorais de melanoma (B16F10) e uma linhagem não tumoral (Melan-A), ambas murinas. A determinação da citotoxicidade foi avaliada pelo ensaio com MTT (3-{4,5-dimetiltiazol-2-il}-2,5-difeniltetrazólio bromido). O IC50, que determina a metade da dose máxima letal, do DPBP foi de 6,25 µg/mL para B16F10, 262,13 µg/mL para Melan-A e Índice de Seletividade (IS), que mede a capacidade do composto de ser seletivo às células tumorais mais que as células normais, foi de 41,49. O tipo de morte celular foi determinado por citometria de fluxo. O tratamento em células B16F10 por 16 horas com o composto DPBP na concentração 63,62 µM induziu a morte celular predominante por apoptose em 84,5% do total de células. O composto estudado DPBP apresentou-se promissor como droga para combater o melanoma in vitro, sendo como perspectivas futuras sua análise in vivo e seu estudo farmacológico. |