Resumo |
A baixa produtividade média de café no Brasil deve-se principalmente ao manejo inadequado da lavoura e às condições edafoclimáticas desfavoráveis, como a falta de chuvas regulares e as restrições químicas, físicas e biológicas de camadas subsuperficiais do solo. O baixo ou não crescimento das raízes em camadas mais profundas do solo reduz a capacidade da planta em absorver água e nutrientes e tolerar períodos de estiagem. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do preparo profundo do solo e da adubação mineral e orgânica na eficiência de uso de água e nutrientes, e na produtividade e qualidade do café. O café Conilon foi plantado no município de São Gabriel da Palha - ES, em Latossolo Amarelo coeso, com relevo levemente ondulado, que apresenta fortes limitações físicas e químicas para o crescimento de raízes nas camadas mais profundas do solo. Cinco tratamentos variando em profundidade de preparo do solo e adubação foram distribuídos em delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições e três plantas úteis por parcela. Os tratamentos são: 1) Preparo convencional com adubações nos padrões do produtor de café da região (Controle produtor - CP); 2) Preparo convencional com adubação mineral, cama de frango e biocarvão (Controle experimento - CE); 3) Preparo profundo com adubação mineral (P1); 4) Preparo profundo com adubação mineral e cama de frango (P2) e 5) Preparo profundo com adubação mineral, cama de frango e biocarvão (P3). O preparo convencional do solo foi realizado com abertura de sulcos a 60 cm de profundidade; enquanto no preparo profundo, foram abertas valas de 0,8 x 1,5 m (largura x profundidade) com retroescavadeira, com espaçamento das valas de 3 m. As quantidades de corretivos, fertilizantes, cama de frango e biocarvão foram as mesmas nos tratamentos CE e P3, e foram aplicadas de forma parcelada até o 3º ano após o plantio. Foi realizada a caracterização química do solo antes da montagem do experimento, nas camadas de 0 a 150 cm. E após 4 meses do plantio foram retiradas amostras de solo em diferentes profundidades (0 a 100 cm) para realização da caracterização química. A colheita do café foi realizada quando o percentual de frutos verdes era inferior a 10 %, nos anos de 2019 e 2020. Os tratamentos promoveram, em geral, aumento da CTC efetiva, incrementos de Ca, Mg, P e S, além de maiores teores de matéria orgânica. Sendo que nos tratamentos com preparo profundo observamos uma melhoria das qualidades químicas ao longo do perfil do solo, o que resultaram em maiores médias de produtividade no ano de 2020. Assim, concluímos que o preparo profundo de solo, aliado a adubação mineral e orgânica, permitiu maior eficiência no uso de água e nutrientes, refletindo em maiores produtividades. |