“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 13607

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Rafael Macário Fernandes
Orientador APARECIDA DE ARAUJO OLIVEIRA
Título A hipótese Pensar para falar: estudo comparativo sobre a expressão de eventos de movimento no PB e em outras línguas.
Resumo A presente investigação, inserida no quadro teórico da Linguística Cognitiva, teve como objetivo estudar e descrever os padrões de lexicalização de eventos de movimento no português brasileiro (PB), a partir de 14 narrativas Frog Story produzidas por falantes nativos dessa variedade da língua. Além disso, buscamos comprovar se existe variação intratipológica dentro do grande grupo das línguas de moldura verbal no que tange aos componentes semânticos Maneira e Trajeto, através da comparação dos dados obtidos para o PB com outros publicados, envolvendo três línguas românicas - o espanhol, o francês e o italiano -, e resultados encontrados para falantes do alemão, língua considerada de outro subgrupo (moldura de satélite). Para a realização desta pesquisa, partimos dos estudos teóricos sobre os padrões de lexicalização de Talmy (1985, 1991, 2000), da Hipótese Pensar para falar de Slobin (1987), e dos estudos sobre variação intratipológica e intertipológica de Hijazo-Gascón e Ibarretxe-Antuñano (2013). Os resultados encontrados, apoiados em procedimentos estatísticos, indicam que, com relação à Maneira do movimento, não há variação intratipológica significativa entre o PB (1.14/falante) e as demais línguas românicas (E=0.95; F=1.19; I=1.35), em contraste com uma maior expressividade desse componente no alemão (5.06), língua que tende a expressar esse componente no radical do verbo de movimento. Nota-se que a Maneira é poucas vezes mencionada nas narrativas dos falantes brasileiros e, quando mencionada, ela geralmente aparece de forma mais vaga ou em verbos considerados de primeira ordem, que descrevem maneiras mais simples de movimento (voar, caminhar, correr), com descrições tendendo a ser mais estáticas e com muita informação sobre o cenário. Por outro lado, com relação à expressão do Trajeto, foram observadas algumas ocorrências de construções mais elaboradas desse componente nas narrativas do PB, como no caso dos advérbios locativos "afora" e "abaixo" e da construção "ir embora", que podem sugerir uma maior saliência dada a esse componente no português. Na descrição do Trajeto do movimento, a fonte, o percurso e o alvo constituem a Base. Em comparação com as demais neolatinas, observou-se uma maior preferência, no português do Brasil, por estruturas Mais-Base, porém, com referência a um único componente de Base, às vezes, Alvo, às vezes, Fonte do movimento. Qualitativamente, na expressão do Trajeto em termos de informação da Base, as narrativas do PB são menos ricas que as do italiano e do alemão, e um pouco mais elaborada que as do francês e do espanhol. Esse último resultado também reflete a diferença intertipológica e corrobora a hipótese de Talmy.
Palavras-chave Hipótese Pensar para falar, Eventos de Movimento, Português-L1
Forma de apresentação..... Vídeo
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