Resumo |
Introdução: A utilização de produtos naturais para tratamento de lesões vem crescendo em todo o mundo, pois representam uma alternativa eficaz e com baixos efeitos colaterais para os indivíduos. Utilizadas pela medicina tradicional no tratamento e alívio de feridas, as folhas do repolho (Brassica oleraceae var. capitata) são ricas em glucosinolatos, sulforafanos, taninos (ácidos fenólicos) e flavonoides. Objetivo: Avaliar a quantidade de Fibras colágenas (tipo I e III) bem como fibras elásticas na cicatrização de feridas por queimaduras tratadas com a pomada à base de Brassica oleracea (10 e 20%) em ratos Wistar. Material e métodos: Foram utilizados vinte e cinco ratos Wistar machos (±349g), com três meses de vida, obtidos do Biotério Central da Universidade Federal de Viçosa e individualizados em gaiolas com alimento e água ad libitum. Após anestesia, foram feitas duas feridas por queimadura (12 mm de diâmetro) no dorso de cada animal, os quais foram aleatoriamente divididos em cinco tratamentos: Sal: salina; VP: veículo da pomada (lanolina e vaselina); SS: controle positivo (sulfadiazina de prata 1%); PB1: pomada B. oleracea a 10%; e PB2: pomada B. oleracea a 20%. Durante oito dias, os animais foram diariamente tratados com a pomada, e nos dias 4 e 8 foram feitas retiradas de fragmentos para análises das fibras colágenas (tipo I e III) e fibras elásticas. Os fragmentos retirados foram fixados em solução de formaldeído, desidratados em álcool etílico, diafanizados em xilol e incluídos em parafina. Após essas etapas, cortes histológicos foram obtidos, montados sobre lâmina histológica e corados pela técnica modificada de Sirius Red para análise de fibras colágenas, e para a diferenciação de fibras elásticas foi utilizada a coloração pelo método de Verhoeff. Resultados: A pomada nas concentrações 10 e 20% promoveu o aumento dos componentes da matriz extracelular. As análises revelaram que o grupo tratado com concentração da pomada em 20% (PB2) apresentou maior proporção de fibras colágenas do tipo I no dia quatro em relação aos outros grupos. Em relação às fibras colágenas do tipo III, não houve diferenças estatísticas entre os grupos no dia quatro. No dia oito, a proporção de colágeno tipo III foi menor nos grupos tratados com B. oleracea 10% (PB1) e 20% (PB2) quando comparado aos demais. Em relação à proporção de fibras elásticas, no dia quatro, não houve diferenças estatísticas entre os grupos. No dia oito, a proporção foi maior no grupo tratado com a pomada B. oleracea 20% em relação aos grupos SAL e VP. Conclusão: Nossos resultados indicam que a pomada à base de B. oleracea (10 e 20%) tem potencial para modular componentes da matriz extracelular, estimulando a produção de colágeno e de fibras elásticas auxiliando na curar feridas cutâneas em ratos wistar. |