Resumo |
A soja, Glycine max (L.) Merrill, está suscetível a estresses abióticos e bióticos. O déficit hídrico é o principal estresse abiótico que interfere no desenvolvimento da planta. Dentre os fatores bióticos, a Anticarsia gemmatalis destaca-se como uma das principais pragas desfolhadora da cultura. Ao ser injuriada a planta ativa suas vias de defesa, uma das mais relevantes é a via lipoxigenases, nessa via há produção do ácido jasmônico responsável pela ativação dos genes que expressam os inibidores de proteases, os quais atuam na defesa da planta. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar as alterações no mecanismo de defesa da soja cultivar UFV-16, por meio da atividade de lipoxigenases e inibidores de proteases, quando desafiada pelo estresse hídrico e pelo ataque da lagarta A. gemmatalis. Para isso, foi elaborado um experimento composto por três tratamentos: plantas de soja submetida ao estresse hídrico e ao ataque da lagarta; plantas de soja submetida ao estresse hídrico sem o ataque da lagarta e plantas de soja irrigadas e reirrigadas atacadas pela lagarta. O controle consistiu de plantas sem déficit hídrico e livre de insetos. As atividades de lipoxigenase e de inibidores de proteases presentes nas folhas de soja foram determinadas para cada tratamento. As análises foram realizadas em cinco repetições técnicas. Foi observado um aumento da atividade de lipoxigenases para os tratamentos submetidos ao estresse hídrico, independente da presença da A. gemmatalis (tratamentos CL e SL respectivamente). Para os tratamentos CL e SL, a atividade de inibidores de proteases demonstrou um aumento da atividade inibitória até o estresse hídrico Ψam= -1,0, e ao atingir o Ψam= -1,6 houve um declínio. Dessa forma, os inibidores de proteases provavelmente atuaram na defesa contra as injúrias da lagarta, contudo, para estresses hídricos mais elevados, estes podem ter sido utilizados para ajustar as proteases endógenas, modificando a resposta contra a lagarta A. gemmatalis. O tratamento das plantas irrigadas e reirrigadas na presença de A. gemmatalis não apresentou diferença, tanto para a atividade de lipoxigenase, quanto para inibidores de proteases, tais resultados apontam que a cultivar UFV-16 manteve sua capacidade de defesa, visto que, o ataque da lagarta A. gemmatalis havia ativado a via das lipoxigenases e os inibidores de proteases na planta reirrigada em relação à irrigada diariamente. Desse modo, conclui-se que a cultivar UFV-16 submetida ao estresse hídrico crescente, resultou na ativação da Via das Lipoxigenases e a expressão dos inibidores de proteases, o mesmo pode ser atribuído ao ataque da lagarta-da-soja. Ademais, quando reidratada, a atividade de lipoxigenase e de inibidores de proteases é retomada. |