Resumo |
Ações de avaliação e monitoramento são essenciais para garantir o sucesso de projetos de restauração ecológica. Nesse contexto, o banco de sementes do solo tem sido um importante bioindicador do avanço da sucessão e do potencial de regeneração de áreas em restauração. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar a riqueza de espécies, composição florística e abundância de plântulas do banco de sementes do tecnossolo de um experimento piloto de restauração florestal localizado em área atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, Paracatu de Baixo, Mariana, MG. O experimento piloto foi instalado em março de 2017 em um esquema fatorial 3 x 2, adotando-se três métodos de restauração florestal (plantio de mudas de espécies nativas, semeadura direta e regeneração natural) associadas ou não a fertilização do solo (calagem e adubação), totalizando seis tratamentos. Em setembro de 2019, foram coletadas três amostras de tecnossolo superficial em cada uma das 36 parcelas úteis do experimento piloto, perfazendo um total de 108 amostras, com a finalidade de avaliar a germinação de plântulas do banco de sementes. Se aplicou uma análise de rarefação e escalonamento multidimensional não-métrico para avaliar a riqueza e a composição florística, respectivamente, e comparar os tratamentos de restauração. A comparação entre as médias da abundância foi realizada por meio de análises de variância. No total, 11711 indivíduos foram contabilizados e 81 espécies pertencentes a 23 famílias botânicas foram identificadas. Não houve diferenças significativas comparando-se as estimativas da riqueza de espécies, a variação da composição florística e as médias da abundância entre os tratamentos. Apesar dos métodos adotados serem contrastantes, é provável que a chuva de sementes recebida pelos tratamentos seja, em sua grande parte, proveniente dos fragmentos adjacentes, estando na mesma proporção e composição ao longo de toda a área de estudo. Embora tenha tido um curto espaço de tempo entre a implantação do experimento e a coleta do banco de sementes do tecnossolo, tais resultados indicam o potencial de regeneração natural na área. Entretanto, faz-se necessária a continuidade do acompanhamento da mesma no que se refere à recuperação da diversidade do banco de sementes ao longo do tempo. Tal ação permite verificar a contribuição de técnicas de restauração ativa e passiva, em médio prazo, nesta e em outras áreas similares, no desenvolvimento do ecossistema florestal sobre o tecnossolo sem a necessidade de novas intervenções. |