Resumo |
Introdução: O índice triglicerídeos-glicose (índice TyG) tem sido proposto como uma relevante ferramenta de avaliação da resistência à insulina (RI), e como preditor de doenças crônicas não transmissíveis. A RI contribui na fisiopatologia de muitos distúrbios metabólicos, entre eles, na alteração da função hepática. Objetivo: Estimar a associação do índice TyG com os marcadores de função hepática em indivíduos com risco cardiometabólico. Metodologia: Trata se de um estudo transversal, com 215 indivíduos (101 homens/ 114 mulheres, 43±16 anos), atendidos pelo Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da UFV – PROCARDIO-UFV (ReBEC id: RBR-5n4y2g). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV (Of. Ref. nº 066/2012/CEPH) e todos os participantes assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dados das concentrações séricas de triglicerídeos, glicose, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) foram coletados mediante consulta de prontuários. O índice TyG foi determinado pela fórmula: Ln [triglicerídeos jejum (mg/dL) x glicose jejum (mg/dL)/2]. Valores acima de 36U/L para ALT e 35U/L para AST foram considerados alterados. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e as associações foram avaliadas por meio da regressão Linear múltipla. Os dados foram apresentados em valores de β e intervalos de confiança (IC) de 95%. As análises foram realizadas no software STATA ® 13.0, adotando-se um nível de significância de 5% (ɑ <0,05). Resultados: Entre os indivíduos avaliados, 18,7% (n=40) e 22,8% (n=22,8) apresentaram os marcadores ALT e AST alterados, respectivamente. Verificamos uma associação positiva e significante entre o índice TyG e os marcadores ALT e AST. Assim, o aumento de 1 unidade nos valores de índice TyG leva a um aumento de 4,31U/L (IC 95%: 0,04-8,58) na ALT e de 3,62U/L (IC 95%: 0,73-6,51) na AST. Tais associações foram independentes do sexo e da idade dos indivíduos. Conclusão: O índice TyG se associou positivamente com os marcadores de função hepática em indivíduos em risco cardiometabólico. Mais estudos são necessários para explorar essa associação longitudinalmente, bem como mecanismos associados. Apoio financeiro: CAPES (Código 001), CNPq. |