Resumo |
A exposição à violência intrafamiliar é uma temática que tem sido abordada frequentemente nos estudos. Tal forma de abuso ocorre por via indireta, uma vez que crianças e adolescentes presenciam a violência cometida entre seus parentes próximos. A convivência com a violência no núcleo familiar pode causar múltiplos prejuízos no desenvolvimento da criança, como nas áreas cognitiva, comportamental, social e psicológica. Representa, assim, um risco não só para a criança, como também para toda a sociedade, uma vez que o abuso é questão de saúde pública. Compete ao Estado implementar normas protetivas e assistenciais por meio de políticas sociais e programas de assistência social, a fim de garantir a proteção e o atendimento às vítimas diretas e indiretas de maus-tratos no meio familiar. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa - foi realizar uma revisão de literatura sistemática - a fim de analisar o contexto de vulnerabilidade das crianças e adolescentes - expostos à violência intrafamiliar à luz da obrigação do Estado de garantir cuidado e proteção à essas vítimas. Na metodologia, foi realizada uma análise quantitativa e descritiva, aplicando como método estatístico a meta-análise e utilizando o banco de dados Web of Science. Foram encontrados 229 artigos no período de 2010 a 29 de agosto de 2019, dos quais 45 foram selecionados, sendo realizadas análises bibliométrica e em rede. Os resultados encontrados permitem apreender que - a maioria dos estudos sobre a temática concentra-se nos Estados Unidos, o que evidencia a carência de produções literárias nacionais. Outrossim, a abordagem de múltiplos fatores de risco para crianças e adolescentes - expostos à violência intrafamiliar - foi predominante nos artigos. Como colaboração, foi possível inferir, sem pretensão de esgotar o debate, que crianças e adolescentes que convivem com o abuso em seu ambiente familiar - possuem maior probabilidade de desenvolver distúrbios cognitivos, comportamentais e emocionais e que as políticas públicas se apresentam incipientes, enquanto instrumentos de proteção às vítimas da violência familiar. |