Resumo |
Uma das consequências do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) foi a ampliação da terceirização de serviços de mão de obra no âmbito das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Nesse contexto, os gestores das IFES se viram diante da necessidade de utilizar ferramentas que garantam a qualidade desses serviços. Além disso, o governo federal estabeleceu, via a Instrução Normativa Conjunta MP/CGUnº 01/2016, que os gestores das entidades públicas do Brasil devem implementar processos de gerenciamento de riscos. Assim, esta pesquisa objetiva desenvolver uma metodologia de avaliação dos riscos nos contratos terceirizados com dedicação exclusiva de mão de obra, considerando as perspectivas dos contratos, os pressupostos da Teoria dos Custos de Transação e a Teoria de Agência. Na revisão de literatura, buscou-se conhecer os aspectos que permeiam o gerenciamento de riscos, analisando-se diferentes perspectivas e teorias para determinar variáveis que pudessem influenciar nos riscos, as quais serviram como base para construção do modelo. Como unidade de análise foram consideradas a Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de São João Del Rey e Universidade Federal de Viçosa., tendo como objeto os contratos terceirizados de mão de obra exclusiva, firmados pelas instituições no período de 2013 a 2018. Os dados foram obtidos por meio de sites governamentais e da aplicação de questionário aos gestores. Para analisar os dados, aplicaram-se os métodos de Análise Descritiva e a Análise Discriminante. A primeira técnica permitiu conhecer aspectos relacionados ao perfil dos gestores, como gênero, escolaridade, cargo e tempo de instituição, além disso apontou que 63,16% dos servidores passaram por algum tipo de treinamento. Ademais, segundo a visão dos gestores, as instituições se encontram em um nível alto de controle interno (52,63% das respostas ao questionário). A Análise Descriminante possibilitou a criação do modelo de avaliação de risco, classificando corretamente 80,80% dos contratos entre os níveis baixo risco, médio risco e alto risco. Sendo assim, é sugerido essa modelagem como base de aplicação em outras instituições, considerando que possa ser necessário ajustes para cada caso. |