Resumo |
Introdução: No envelhecimento ocorrem alterações biopsicossociais, sendo o exercício físico um meio eficiente na atenuação dos declínios. No entanto, é comum que esses exercícios sejam temporariamente interrompidos, tornando essencial conhecer os efeitos do destreinamento nos parâmetros de saúde de idosos. Objetivos: Avaliar os efeitos de 16 semanas de treinamento multicomponente (TMC) e 10 semanas de destreinamento (DT) na saúde de idosos. Metodologia: Participaram do estudo (Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos/UFV 60303716.1.0000.5153) 26 pessoas (mulheres n=19, homens n=7) com idade de 67,4 ± 5,6 anos. Antes do TMC, logo após e também depois do DT foram avaliadas a composição corporal (CC), capacidade funcional, comportamento sedentário (CS), nível de atividade física (NAF) e qualidade de vida (QV). As comparações entre os momentos foram feitas pela análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas. Foi adotado o valor de α < 0,05. Resultados: Na CC, não houve diferenças entre as avaliações (p>0,05). No teste de sentar e levantar (força de membros inferiores), houve manutenção do número de repetições do momento pré para o pós e um aumento após o DT, (p=0,008). No teste de flexão de cotovelo (força de membros superiores), houve manutenção do número de repetições do momento pré para o pós e um aumento após o DT, (p=0,002). No teste de sentar e alcançar (flexibilidade de quadril), houve melhora significativa no momento pós em relação ao pré, ocorrendo reversão após o DT, (p=0,001). No teste de levantar e movimentar (agilidade/equilíbrio dinâmico), houve aumento do tempo em todas as avaliações (p=0,009). No teste de alcançar mãos às costas (flexibilidade de ombros) não houve diferença entre os momentos (p=0,842), assim como no teste de caminhada de 6 minutos (capacidade aeróbia) (p=0,05). Em relação ao CS não houve diferenças entre os três momentos (p>0,05). No NAF não foram encontradas diferenças significativas entre o momento pré-pós, porém, após o DT houve aumento no percentual NAF moderado (p=0,001) e reduções no percentual NAF alto (p=0,01). Para os domínios da QV e saúde relatada não houve diferenças (p>0,05). Conclusão: O TMC melhorou a flexibilidade de quadril. Não alterou a CC, força de membros superiores/inferiores, flexibilidade de ombros, CS, NAF, QV e saúde relatada. Após o TMC, houve piora da agilidade/equilíbrio dinâmico. Após o DT houve manutenção da CC, aumento da força de membros superiores/inferiores, piora da flexibilidade de quadril e agilidade/equilíbrio dinâmico e redução do NAF alto. Além disso, houve manutenção da flexibilidade de ombros, capacidade aeróbia, CS, QV e saúde relatada. Os resultados permitem inferir que para idosos ativos, indica-se programas de TMC com volumes e intensidades mais altas, para que efeitos mais satisfatórios possam ser alcançados. Reforçam ainda a importância da continuidade do TMC para evitar a perda das adaptações e manutenção de boa saúde. |