Resumo |
No Brasil são consumidos feijões de diferentes classes comerciais, entretanto os tipos carioca e preto são os de maior importância. O feijão preto é o segundo tipo de feijão (Phaseolus vulgaris L.) mais produzido no Brasil e representa cerca de 30% da produção nacional. É consumido, basicamente, no estado do Rio de Janeiro e na região Sul do país. De modo geral, as cultivares de feijão preto apresentam boa arquitetura de planta, mas ainda deixam a desejar quanto a resistência a patógenos e aspecto comercial dos grãos. A maioria das cultivares recomendadas nos últimos anos tem grãos bem pequenos, com peso de 100 grãos por volta de 22 gramas. Diante disso, o objetivo com este trabalho foi avaliar o potencial de 76 linhagens de feijão preto do programa de seleção recorrente da UFV, quanto à produtividade de grãos (PG), aspecto comercial de grãos (AG), arquitetura de plantas (ARQ) e tempo de cozimento (TC). As 76 linhagens e cinco testemunhas (cultivares comerciais), em um total de 81 tratamentos, foram avaliadas nas safras de inverno e águas de 2018, seca e águas de 2019, sob o delineamento em blocos casualizados, com duas repetições no inverno de 2018 e três nas demais safras. A PG foi obtida pela pesagem dos grãos colhidos na parcela, em gramas/m², e convertida para kg/ha. O AG foi determinado por meio de uma escala de notas, variando de 1 a 5, em que nota 1 refere-se a grão preto, elíptico, sem brilho e não achatado e 5 a grão totalmente fora do padrão. A ARQ foi avaliada por meio de escala de notas, as quais variam de 1 a 5, sendo que 1 refere-se à planta ereta e 5 à planta totalmente prostrada. O TC foi determinado com o uso do cozedor de Mattson. Os dados foram submetidos a análise de variância por meio do software Genes. A seleção foi com base no índice da distância genótipo - ideótipo, considerando todas as variáveis avaliadas nos diferentes anos e safras. Pelo índice foi possível identificar linhagens que reúnem os melhores fenótipos de uma maneira mais equilibrada. Algumas linhagens apresentaram produtividade de grãos acima de 5000 kg/ha, entretanto deixam a desejar quanto a outros fenótipos de interesse (porte da planta, aspecto de grãos e tempo de cocção). Como se trata de um programa de seleção recorrente, espera-se com os ciclos sucessivos de seleção e recombinação, aumentar a frequência de alelos favoráveis na população e assim derivar novas linhagens que reúnam fenótipos mais favoráveis para os vários caracteres de interesse. |