Resumo |
Introdução: sabe-se que os padrões de cuidado no primeiro ano de vida são marcadores de qualidade em saúde pública de um país. Dentre esses um subgrupo com várias particularidades eque exige cuidado mais próximo são os prematuros, uma vez que este é um dos principais fatores de risco para mortalidade abaixo dos 5 anos. Objetivo: determinar o perfil sociodemográfico de crianças prematuras no município de Viçosa-MG. Metodologia: em estudo retrospectivo, foram coletados os dados sociodemográficos de crianças prematuras acompanhadas no Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE), referência para viçosa e região de saúde, entre janeiro de 2011 e março de 2020. Os dados eram coletados à admissão com os pais ou responsáveis e transcritos para um prontuário pré-sistematizado, e, em momento oportuno, foram transferidos a uma base de dados na plataforma Excel e analisados com o software IBP-SPSS. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (CAAE:19676613.5.0000.5153). Resultados:foram ao todo 357 recém nascidos incluídos na pesquisa, 202 meninos e 155 meninas, com médias de peso e idade gestacional ao nascimento de 1933 gramas e 34 semanas, respectivamente. A respeito da procedência, 56,3% pais moravam em Viçosa e 43,7% em cidades vizinhas. Somente 47,4% das mães eram casadas no momento da entrevista e a conclusão de ensino médio foi obtida por 51,7% das mães e 38,3% dos pais. Ao nascimento, 81,1% dos prematuros ficaram em UTI neonatal. Chamou atenção a taxa de coabitação com tabagistas, de 35,5%. Conclusão:o estudo evidenciou baixa taxa de escolaridade materna e paterna, e que pouco mais da metade das mães não é casada, fatores que podem implicar em baixa renda familiar. Além disso, chamou atenção o percentual de coabitação com tabagistas, fator associado ao maior risco para doenças respiratórias. Considerando que o Brasil é o nono país do mundo com mais partos prematuros, torna-se fundamental o conhecimento do cenário socioeconômico em que essas crianças se encontram, uma vez que a literatura evidencia o estado civil não-casado, a baixa renda familiar ea baixa escolaridade maternacomo riscos adicionais à mortalidade infantil. Também há evidências de que a baixa renda familiaraumenta o risco de mortalidade infantil ou de desenvolver algum comprometimento intelectual em três vezes e cinco vezes, respectivamente..Com nossos achados, acreditamos que as crianças prematuras de Viçosa e região de saúde, de acordo com seu perfil sociodemográfico, podem estar sujeitas a desfechos negativos de saúde. |