“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 13513

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Nayana Moreira Moraes
Orientador NATALIA FONTES DE OLIVEIRA
Título A escrita que emana do corpo: Clarice Lispector e Ana Cristina Cesar
Resumo O presente trabalho tem como objetivo analisar as relações entre corpo e linguagem de duas obras literárias: “Água Viva” (1973), de Clarice Lispector, e “A teus pés” (1982), de Ana Cristina César. Desse modo, pretende-se discutir – por meio de um estudo comparativo – as imbricações da escrita de ambas as escritoras, vinculando a linguagem enquanto elemento de significação da experiência corpórea. O método parte do pensamento filosófico de Maurice Merleau-Ponty, presente na obra “Fenomenologia da Percepção” (1945), que considera a linguagem enquanto categoria de sentido ao corpo. Segundo Merleau-Ponty, a palavra se desdobra enquanto expressão ocasionada pelo fenômeno da percepção. “Água Viva” (1973) narra um “eu” que escreve a um “tu” enquanto entra em contato com as latências de sua corporeidade. A ausência de uma linearidade textual e de um enredo tradicional refletem em um intenso trabalho de composição de Clarice Lispector, que passou três anos imersa em sua produção, cuja obra teria recebido dois títulos diferentes: Objeto Gritante e Atrás do Pensamento. Destacam-se os aspectos dialógicos entre corpo e escrita, justamente pela reflexão provocada pela narradora-personagem. Já Ana Cristina Cesar escreveu e publicou três livros artesanais: Luvas de pelica, Correspondência Completa e Cenas de Abril – que mais à frente entrariam na edição de “A teus pés” (1982), primeiro e único livro publicado ainda em vida por uma editora. Reunindo poemas inéditos e de publicações independentes, a obra traz o vigor intimista e confessional do eu-poético, utilizado como experimentação tão demarcada em sua linguagem. Reconhecida como poeta marginal, a escritora apareceu no cenário literário no período do regime militar; época de grande censura aos artistas brasileiros. Clarice e Ana Cristina emanam – entre a prosa e a poesia – uma escrita em que a palavra é o cerne de sua significação, sendo o processo tão importante quanto o resultado, a obra final. As autoras descortinam uma experimentação com a linguagem, articulada entre as instâncias fenomenológicas da expressão literária. Nesse sentido, por meio desta pesquisa, serão identificadas as figurações que correlacionam o corpo e a escrita nas duas obras em questão, repercutindo os processos de composição da linguagem.
Palavras-chave Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, corpo e escrita.
Forma de apresentação..... Vídeo
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