Resumo |
Esta pesquisa surgiu após indagações sobre as formalidades das relações trabalhistas de drag queens, em que diferente de fazer “bicos”, por exemplo, o empregado é registrado e oficializado dentro da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), possuindo direitos trabalhistas. Após abordar o ser drag queen e a forma como elas transmitem liberdade, felicidade, encantamento e são revolucionárias, também constatamos que as drag são bem mais que pessoas caracterizadas de mulheres. Percebemos que elas não são só plumas e paetês, a definição não permite rótulos. Para embasamento teórico, utilizamos a teoria Queer, o “Q” do LGBTQ+ e por meio de uma análise bibliográfica, nos empenhamos em observar como/se essas relações ocorrem fora do meio artístico, uma vez que grande parte do que é produzido pelas drag queens e que nos é divulgado se relaciona com apresentações de cunho artístico. Nosso desejo parte então de uma tentativa de associar o direito da drag poder ser quem deseja e ter um trabalho que garanta a sobrevivência e a dignidade trazida por ele. Por averiguarmos, por meio de pesquisas anteriores, que este é um tema ainda pouco pesquisado, optamos por usar o estado da arte e mapear o banco de teses e dissertações da CAPES, entre os anos de 2015 e 2020, entre os dias 01 e 03 de agosto de 2020. Com o uso dos descritores, as palavras-chaves: “drag queen” e “trabalho”. Foram encontradas três pesquisas relacionadas: “Identifying as a drag queen and meaning of work” (OLIVEIRA et al, 2018); “Nan Goldin: da Fotografia do Cotidiano à Visibilidade Drag Queen” (MIRANDA, 2017) e “O ativismo digital de Lorelay Fox: estética e performance de gênero” (TRANQUILIN-SILVA, 2017), que abordaram de diferentes formas as drag em seus respectivos cotidianos. Com esses estudos, conseguimos responder as perguntas: As drag queens possuem outro(s) emprego(s) ou ser drag é a única fonte de renda (no caso deste último ser remunerado)? Há a garantia dos direitos trabalhistas no caso das apresentações artísticas ou nos outros possíveis empregos que desempenham? Com a conclusão de que as pessoas que se “montam” de drag, o fazem como profissão e dessa forma, mantêm seu sustento. Os palcos não são a principal fonte de renda das drag, elas podem ser youtubers, por exemplo. E nenhuma das pesquisas fizeram referência à inscrição no Ministério do Trabalho e Emprego ou contrato de trabalho oficializado entre o sindicato e a federação representantes dos artistas para garantia das leis trabalhistas, o que sugere não haver formalização dos empregos. |