Resumo |
INTRODUÇÃO: A potência muscular é caracterizada como o produto da força dividida pela unidade de tempo, ou da força multiplicada pela velocidade. Quedas da potência muscular durante o envelhecimento se associam fortemente com quadros de incapacidade. Diversos fatores influenciam a potência muscular, e dentre eles, as alterações na composição corporal são reconhecidamente um fator negativo. OBJETIVOS: Descrever e correlacionar variáveis de perfil antropométrico com a potência de membros inferiores (MMII) de mulheres idosas. METODOLOGIA: Este foi um estudo observacional em corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP/UFV 60303716.1.0000.5153). A amostra foi composta por 43 idosas com idade de 67,4 ± 5,3 anos, estatura de 1,53 ± 0,04 metros e massa corporal de 65,8 ± 8,9 kg. Para mensuração da densidade mineral óssea (DMO) do colo do fêmur, da massa muscular apendicular (MMA) e percentual de gordura corporal (%GC), foi utilizado o método de densitometria por dupla absorção de raio-x (DEXA). A potência de MMII foi obtida usando a seguinte equação validada para idosos: Massa corporal (kg) x 0,9 x 9,8 x (estatura (m) x 0,5 – altura da cadeira (m)) / Tempo no teste de sentar e levantar cinco vezes (s) x 0,1. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro Wilk, e foram analisados por meio da correlação linear bivariada de Spearman (r), da MMA e DMO com a potência de MMII. Foi adotado o nível de significância de p < 0,05. Adicionalmente foi calculado o coeficiente de determinação (R²) para os coeficientes das correlações. RESULTADOS: Quanto ao %GC, todas as 43 idosas (100%) obtiveram classificação de obesidade (>23%), para a MMA 43 idosas (100%) foram classificadas eutróficas, 8,6 ± 1,01 (> 5,5 kg/m²), e para a DMO foram identificadas 23 idosas (53,48%) osteopênicas, 1 idosa (2,34%) osteoporótica, e 19 idosas (44,18%) eutróficas. Além disso, foi encontrada uma correlação significativa positiva de tamanho moderado apenas entre a MMA e a potência de MMII p= 0,02, r= 0,34, R²= 0,11. CONCLUSÕES: Em relação ao %GC, todas as idosas foram classificadas como obesas, e para a DMO 53,48% apresentaram osteopenia na região do fêmur, mostrando que uma parcela considerável da amostra apresenta perfil antropométrico de risco a saúde, com exceção da MMA, onde todas as idosas apresentaram-se eutróficas, que é considerado um fator positivo para a saúde neuromuscular. O R² mostrou que apenas a MMA contribuiu em 11% para os desfechos de potência de MMII, revelando não ser o único fator determinante dessa valência física. Fatores como genética, estado mental, metabolismo, perfil nutricional e nível de atividade física também podem influenciar a potência muscular. Estudos futuros com um número maior de sujeitos, e com ajustes para mais fatores poderão auxiliar na melhor compreensão da perda da potência muscular em idosos. |