Resumo |
As ilhas de calor, decorrentes da rápida e não planejada expansão urbana, são áreas que causam desconforto térmico à população. Originam-se pela utilização de certos materiais empregados nas construções que absorvem calor e o retém, elevando a temperatura do ambiente. O sensoriamento remoto tem sido utilizado para o estudo das ilhas de calor, propiciando a análise de mudanças de temperatura na superfície terrestre, pautando-se na utilização de imagens de satélite. Neste sentido, o presente trabalho objetiva estudar o fenômeno das ilhas de calor em um município de pequeno porte. Tomou-se como estudo de caso a cidade de Rio Paranaíba-MG, que passou por uma expansão urbana significativa devido ao estabelecimento de um novo campus da Universidade Federal de Viçosa. Utilizando-se as imagens orbitais do satélite Landsat 8, sensor TIRS (Thermal Infrared Sensor) e o software QGis 3.4 para tratamento das mesmas, obtiveram-se as temperaturas superficiais nas estações verão e inverno para os anos de 2015, 2017 e 2019. Como critério de seleção das imagens levou-se em consideração a ausência de nuvens na área de estudo, visto que as nuvens comprometem o resultado final. As imagens geradas apresentaram as maiores temperaturas na área urbana do município, indicando a presença de ilhas de calor. Do mesmo modo, em áreas de solo exposto, relacionadas à expansão da urbanização com novos bairros, verificou-se temperaturas elevadas em relação às áreas periféricas. A variação média entre as temperaturas máximas e mínimas calculadas nas imagens selecionadas foi de 11,6 °C, corroborando a presença das ilhas de calor na cidade em estudo. Ressalta-se que a estação do ano não influenciou o resultado, com a manutenção de temperaturas elevadas na área urbana e em seu entorno. Deste modo, confirma-se que as ilhas de calor se configuram também em cidades de pequeno porte e a metodologia empregada pode ser útil para o futuro planejamento do adequado uso e ocupação do solo, buscando a qualidade de vida da população. |