Resumo |
Com o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, M.G., um amplo programa de restauração florestal em larga escala foi implantado nas áreas atingidas diretamente pelo rejeito e também em áreas de compensação em toda a bacia do Rio Doce. Estas áreas têm sido monitoradas e diversos experimentos de restauração florestal conduzidos. Neste contexto, este estudo teve como objetivos avaliar a resposta inicial de mudas de espécies nativas regionais em plantio de restauração sobre o rejeito, a diferentes adubações de base após três meses da implantação. O experimento foi montado em uma área em Mariana pertencente à Samarco Mineração S.A., que está sob interveniência da Fundação Renova. Adotou-se o delineamento experimental em blocos, por meio de sete tratamentos com quatro repetições cada, totalizando 28 parcelas amostrais (linhas de plantio). As linhas de plantio foram compostas por 10 espécies arbóreas nativas (Croton floribundus, Senna macranthera, Genipa americana, Maclura tinctoria, Gallesia integrifolia, Piptadenia gonoacantha, Croton urucurana e Colubrina glandulosa) com espaçamento de 3 x 3 m. Os tratamentos adotados foram: 1 - área controle (fertilizante NPK); 2 - gesso agrícola; 3 - esterco bovino (16 litros/cova); 4 - adubo orgânico provaso (10 kg/cova); 5 - esterco bovino (16 litros/cova); 6 - adubo orgânico provaso + NPK; 7 - gesso agrícola + NPK. A formulação do NPK utilizado foi 06-30-06, e assim como para o gesso agrícola, a quantidade utilizada foi de 250 g/cova. O Tecnosolo, formado pela deposição do rejeito às margens do rio, foi condição comum a todos os tratamentos. Um mês após o plantio, foi realizado o replantio de mudas mortas e a medição inicial da sobrevivência, altura e diâmetro das mudas no nível do solo (DNS). Aos três meses após o plantio foi realizada a segunda avaliação. Foram realizadas análises de variância para as médias obtidas entre os tratamentos. Na avaliação, verificou-se um total de 7 mudas mortas (2,5% do total), sendo que o tratamento 7 apresentou a menor sobrevivência, mas mesmo assim alta (92,5%). Os tratamentos 3, 4 e 6 resultaram em 100% de sobrevivência. Em relação ao DNS, o tratamento 6 apresentou a maior média (9,27 mm), enquanto que a menor média foi observada no tratamento 7 (7,05 mm). Quanto à altura das mudas, as médias variaram de 52,75 cm (tratamento 7) a 59,8 cm (tratamento 4). Contudo, apesar dessas pequenas diferenças, as análises de variância para ambos os parâmetros apontaram que essas não foram significativas entre as médias dos tratamentos. Ou seja, até o momento, ainda não se verifica efeito significativo das diferentes adubações sobre o crescimento das mudas. No entanto, entende-se que existe a necessidade de acompanhamento do experimento ao longo do tempo para entender melhor o efeito dos tratamentos sobre os parâmetros analisados. Cabe destacar também que independente do tratamento de adubação, o rejeito não prejudicou a sobrevivência e o crescimento inicial das mudas. |