Resumo |
O Brasil é o oitavo maior produtor mundial de tomate (Solanum lycopersicum L.) para processamento industrial. O tomateiro possui hábito de crescimento prostrado. Uma vez que no cultivo de tomate para processamento industrial não é realizado tutoramento nas plantas, parte dos frutos ficam em contato com o solo após as plantas acamarem, levando ao desgaste da plataforma de corte das colhedoras. A utilização de gene de nanismo pode ser uma alternativa para solucionar esses problemas, pois plantas anãs suportam melhor o peso dos frutos, retardando o acamamento e o contato desses com o solo e, por consequência, os problemas relacionados a doenças causadas por patógenos nos frutos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência da inserção do gene de nanismo em tomateiro destinado à indústria, considerando o porte, o potencial produtivo e a qualidade dos frutos, além de realizar a seleção dos melhores genótipos. Foram avaliados, sob delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, nove híbridos contendo gene de nanismo, obtidos a partir de um dialelo parcial, e duas testemunhas de porte normal (HMX7885 e N901). Os caracteres avaliados foram: diâmetro da copa (cm), produção de frutos por planta (kg), firmeza dos frutos (N), coloração (intensidade da cor vermelho), teor de sólidos solúveis totais (°Brix) e acidez da polpa (pH). Os híbridos anões foram tão produtivos quanto as testemunhas, de forma que a produção de frutos por planta dos 11 genótipos avaliados não diferiram estatisticamente entre si (1,66 a 3,67 kg), o mesmo aconteceu para o pH de todas as cultivares e testemunhas (entre 4,14 e 4,34). Oito híbridos com nanismo tiveram diâmetros de copa estatisticamente menores que as plantas sem esse gene, com reduções de até 35% em relação à testemunha de menor diâmetro (66,75 a 104,28 cm). Isto permitiria um aumento do adensamento de plantio, resultando em aumento de produtividade. Em seis híbridos não foram observadas diferenças estatisticamente significativas quanto ao teor de SST da polpa em relação às testemunhas (entre 3,13 e 3,88 °Brix), possuindo, portanto, teores tão bons quanto estas. Seis híbridos tinham intensidade de coloração vermelha estatisticamente equivalentes às testemunhas (entre 26,4 e 32,4). As firmezas de todos os genótipos foram estatisticamente iguais (entre 5,08 e 15,28 N), com exceção da testemunha HMX7885, que se sobressaiu a todos os outros genótipos (15,28 N). A redução do porte das plantas não necessariamente acarretou diminuição na produção de frutos por planta, de forma que sete híbridos, embora com diâmetro de copa reduzido, tiveram maior produção de frutos que ambas as testemunhas. Desta forma, foi possível selecionar quatro híbridos promissores, com elevada produção, copa compacta e boa qualidade dos frutos, demonstrando a eficiência da inserção de gene de nanismo em tomateiro industrial. |