Resumo |
A mineração é uma das atividades mais antigas da história humana e, atualmente, a indústria extrativa mineral é um dos setores de maior importância para a economia nacional, visto que gera milhares de empregos e contribui de forma significativa no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Porém, rejeitos da atividade mineradora apresentam impactos ambientais negativos pois, em sua grande maioria, não são reaproveitados pelas indústrias e são armazenados em aterros ou barragens. Dessa maneira, ocupam grandes terrenos, poluem o ar e a água, além de colocar em risco a segurança da população. Diante disso, essa pesquisa teve como intuito analisar a viabilidade técnica do uso do rejeito de minério de bauxita na construção civil, para a produção de blocos cerâmicos de vedação, a fim de agregar sustentabilidade a esse setor. Foi realizado o programa experimental contemplando os ensaios de caracterização de duas argilas (amarela e cinza) e do rejeito de minério de bauxita; ensaios para avaliação das propriedades físico-mecânicas de misturas definidas por meio do planejamento experimental de misturas em rede simplex; determinação da mistura cerâmica ótima utilizando o critério de desejabilidade e o software estatístico Minitab®; avaliação de blocos cerâmicos produzidos em tamanho e formato reduzidos, a partir da composição ótima, de acordo com os requisitos exigidos pelas normas brasileiras. O rejeito de bauxita puro não se mostra apropriado para a utilização em nenhum tipo de produto cerâmico, visto que não se encontra em nenhuma região, A, B, C ou D, do Diagrama de Winkler. Porém, com a criação de uma mistura contendo solos argilosos, os percentuais podem ser alterados, de modo que permaneçam na faixa D de interesse, correspondente à produção de tijolos furados. Além disso, observou-se que quanto maior o teor de rejeito de bauxita, menor foi a resistência mecânica encontrada e maior a porcentagem de absorção de água e de porosidade aparente. Os resultados obtidos mostram que os blocos cerâmicos produzidos a partir da mistura ótima, contendo 30,80% de rejeito, 40,55% de argila cinza e 28,65% de argila amarela, apresentaram um índice de absorção d’água (26,31%) superior ao limite máximo (25%) estipulado pela NBR 15270 (2017). Porém, o rejeito de minério de bauxita mostra-se eficiente para ser utilizado como aditivo para a fabricação de blocos cerâmicos, desde que seja definida uma composição adequada. |