“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 13382

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Saúde coletiva
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Letícia Gamarano Pires
Orientador LAERCIO DOS ANJOS BENJAMIN
Outros membros ANITA GIACOMELLI BENJAMIN, Frederico Belei de Almeida, IRENE MARIA CARDOSO, Joana D'Arc Silveira Souza
Título A água está para peixe?
Resumo O acesso à água potável é direito humano imprescindível para uma vida digna. Inúmeras atividades econômicas influenciam na qualidade e quantidade da água, como atividades agropecuárias que são apontadas como as principais responsáveis pela contaminação e disponibilidade de água. Herança da Revolução Verde, os monocultivos transgênicos impulsionaram práticas degradantes dos solos brasileiros e contribuíram para a contaminação da água, do solo e de trabalhadores/as do campo. A busca por metodologias para identificação rápida da qualidade da água é um desafio para o monitoramento. Para tanto, é importante considerar saberes e experiências de povos que lidam dia após dia com esse recurso. A agroecologia é uma ciência multidisciplinar que incorpora muitos princípios das etnociências que, de forma geral, têm como objetivo a articulação entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento popular. Dentre as etnociências, a etnohidrologia é o estudo e sistematização dos critérios qualitativos, ambientais e sociais utilizados pela população em relação ao uso da água. A descrição etnográfica sobre as relações humanas com a água, subsidiada pelas dimensões sociais, culturais e econômicas permite compreender os múltiplos critérios sobre o uso e os cuidados com a água. Na pesquisa aqui apresentada, a abordagem etnográfica foi utilizada com o objetivo de identificar indicadores etnohidrológicos na região da Zona da Mata Mineira, e caracterizar o uso e a ocupação da terra por famílias de duas comunidades rurais e como suas atividades podem interferir na qualidade da água. A pesquisa foi realizada na Comunidade do Deserto, município de Viçosa, onde se encontra o Córrego do Deserto, aporte hídrico do ribeirão São Bartolomeu, e nas proximidades do rio Turvo Limpo, nos municípios de Paula Cândido e Porto Firme. Durante as entrevistas e análises de conteúdo, notou-se que os principais parâmetros utilizados para qualificar a água de abastecimento residencial provindas de poços não confinados, são organolépticos. Além disso, foi notada a grande preocupação com a diminuição do volume de água em curto prazo. A escassez da água, apontada em todas as entrevistas, foi atribuída principalmente às ações do ser humano. Problemas relacionados à saúde dos peixes também estiveram entre as observações dos moradores quanto à percepção dos mesmos no que tange à qualidade da água. O crescimento do número de casas na zona rural, o aumento de perfuração de poços não confinados, a falta de manejo das nascentes, o uso de agrotóxicos, plantações de monocultivos de eucalipto e assoreamento de brejos e rios também foram mencionados como fatores que comprometem a quantidade e qualidade da água. Ouvir, compreender e sistematizar os saberes tradicionais, em relação ao uso da terra e da água, é uma forma de buscar estratégias e avanços na construção do conhecimento agroecológico e de práticas sustentáveis com o protagonismo dos/as agricultores/as familiares.
Palavras-chave agrotóxicos, qualidade da água, saberes tradicionais.
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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