Resumo |
Introdução: o monitoramento adequado de nascidos prematuros, sobretudo nos primeiros anos de vida, é primordial devido ao maior risco de desenvolvimento de comorbidades, como as respiratórias. Além disso, há a possibilidade de surgir deficiências nutricionais e anemias devido à maior demanda dos nascidos pré-termo ao alcançar os valores adequados de peso e comprimento, podendo afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central destes, entre outros. Objetivo: determinar dados evolutivos relacionados à saúde de lactentes prematuros durante acompanhamento em ambulatório de atenção secundária. Métodos: estudo de coorte não concorrente, com análise documental em prontuários de lactentes prematuros acompanhados em serviço de saúde de referência secundária no município de Viçosa-MG, entre janeiro de 2011 e março de 2020. Descreveram-se os dados evolutivos e perinatais. Analisou-se a presença de anemia, deficiência de ferro, uso de corticoide inalatório e a ocorrência de hospitalizações, bem como sua causa e número de episódios. Utilizou-se o software Excel para compilamento dos dados e o programa IBM-SPSS para análise. Foram selecionados os prematuros acompanhados no mínimo até seus 24 meses, considerando a rotina de exames e um tempo maior de acompanhamento. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (CAAE: 19676613.5.0000.5153). Resultados: foram pesquisados 357 prontuários e, após a exclusão de pacientes que não completaram preenchimento até os 24 meses de idade gestacional corrigida, a população de estudo contou com 143 participantes (40,1%). O peso ao nascer médio da amostra foi de 1981 gramas e a idade gestacional média foi de 34,5 semanas, sendo 45,5% nascidos com o sexo feminino e 54,5% com o sexo masculino. Observou-se anemia em 41,6% dos casos, deficiência de ferro em 65,8%, uso de corticoide inalatório em 12,7% e a ocorrência de hospitalizações em 21,6%. Em relação aos pacientes hospitalizados, 14,4% foram internados uma vez, 8,1% duas vezes e 1,8% três vezes. Além disso, 57,7% das internações foram relacionadas a causa respiratória, 15,4% a causa cirúrgica, 7,7% a causa respiratória e cirúrgica, e 19,2% a outras causas clínicas. Conclusão: em referência à população do estudo, as taxas relacionadas à deficiência de ferro e anemia são expressivas. Além disso, é importante ressaltar a alta porcentagem de pacientes internados por causa respiratória. Deste modo, é necessário salientar a importância do acompanhamento destes prematuros em todos os níveis de atenção à saúde, especialmente no primeiro ano de vida, por profissionais capacitados, que em conjunto com a família, possam dar todo o cuidado necessário a estas crianças. |