Resumo |
Na sociedade do conhecimento, a competitividade das organizações está fortemente atrelada à capacidade de inovação tecnológica. O Brasil tem buscado o desenvolvimento de seu ecossistema de empreendedor inovador, apoiando startups, aceleradoras, incubadoras e parques tecnológicos (PTs). Porém, percebe-se a dificuldade do país, que não consegue avançar nos rankings de inovação. Uma alternativa natural, é o desenvolvimento de ambientes que promovam a inovação tecnológica, por meio da interação entre universidade-empresa-governo, conforme o modelo da Triple Helix, como os parques tecnológicos. Estima-se que existam mais de 1000 PTs em todo o mundo. O Brasil possui cerca de 55 PTs em operação, 9 em planejamento e 7 em implantação, com cerca de 1878 empresas, com faturamento estimado de mais de 4 bilhões de reais e 44.343 empregos gerados, além de 363 incubadoras e 57 aceleradoras. O objetivo deste projeto foi uma análise dos sistemas de gestão e governança dos parques tecnológicos em operação no Brasil, à luz do modelo da hélice tríplice. O estudo revela que os PTs no Brasil são, em sua maioria parques jovens, 25% dos parques têm mais de 19 anos e 50% dos parques têm menos de 09 anos de operação. Esse elemento reflete no fato de que apenas 31% dos parques em operação abrigam 70% das empresas residentes. Os parques tecnológicos no Brasil ainda são pequenos, possuindo em média 35 empresas residentes. Apenas dois parques tecnológicos afirmaram possuir empresas ancoras. Isso demonstra o grande potencial de geração de empregos diretos e qualificados, na próxima década, quando os demais parques tecnológicos em operação também estiverem mais maduros. As regiões sul e sudeste compreendem 81% das iniciativas de parques tecnológicos o que pode ser explicado pelas condições econômicas da região e pela presença de um forte sistema científico e tecnológico, que é o principal fator de sucesso para parques tecnológicos. Verificou-se uma diversidade de modelos jurídicos, com destaque para Fundação (34%), Associação (20%) e Autarquia (16%), que normalmente é a personalidade jurídica das universidades federais. Usualmente, as Fundações são entidades sem fins lucrativos ligadas diretamente às universidades. Assim, pode-se inferir que 50% dos parques são governados pelas universidades. Apenas dois parques tecnológicos são Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Em qualquer um dos modelos apresentados, faz- se necessária a presença de conselhos para a tomada de decisão colegiada, ratificando a natureza dos parques como organizações intermediárias do modelo da Triple Helix. Destaca-se que que 48% dos parques tecnológicos em operação estão instalados em área de propriedade das universidades e 45% em área de propriedade do governo, sendo que 37% dos parques tecnológicos em operação estão instalados em universidades e 3% em centros de pesquisa. Esse quadro revela por si o esforço dos atores da Triple Helix no desenvolvimento dos parques tecnológicos. |