Resumo |
O Brasil é protagonista na produção, comercialização e consumo de carne bovina. No entanto, a pecuária brasileira possui baixa produtividade quando comparada aos seus principais concorrentes, Estados Unidos e Austrália. O emprego de confinamentos na fase final (engorda) fomenta a eficiência da bovinocultura de corte, contudo o principal gargalho deste sistema é o seu resultado econômico devido à volatilidade dos valores que compõem o fluxo de caixa, com destaque para os preços de aquisição, venda e alimentação dos animais. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade e a viabilidade econômica da terminação de 1.200 bovinos da raça Nelore, machos não-castrados, confinados em uma propriedade situada na região norte do estado de São Paulo. A fazenda opera durante todo o ano com capacidade instalada para engordar simultaneamente 19.000 bovinos. Para tanto, foi realizada uma avaliação do fluxo de caixa com três variáveis de interesse, sendo elas: preço do boi gordo (PBG), preço do boi magro (PBM) e preço da alimentação (PA), especificamente, utilizou 115 cotações para PBG, 54 para PBM e 15 para PA, todos os valores foram praticados no respectivo estado durante 1º de junho a 30 de novembro de 2016. As variações nos três preços geraram 93.150 valores presente líquidos possíveis de serem alcançados. Para todos os VPL’s adotou a mesma taxa mínima de atratividade (TMA = 7,55% ao semestre), além disso, utilizou o método de frequência relativa para calcular as probabilidades de ocorrência desses valores, esse procedimento é caracterizado por uma abordagem a posteriori ao evento. Como resultado obteve que em 37% das oportunidades o confinamento apresentou viabilidade econômica, isto é, VPL superior ou igual a R$ 0,00, consequentemente, a atividade foi inviável (VPL < R$ 0,00) em 63% das ocasiões. No âmbito da sensibilidade, o confinamento foi mais vulnerável à oscilações no preço de venda, o aumento de 1% no preço da arroba do boi gordo gerou um acréscimo de 80% no valor presente líquido, sendo seguido pelo preço de reposição, o aumento de 1% no valor da arroba do boi magro levou a uma redução de 50% no VPL, e pelo preço da alimentação, o acúmulo de 1% no preço da tonelada de matéria seca diminuiu o valor presente líquido em, aproximadamente, 20%. |