“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 13267

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Direito
Setor Departamento de Direito
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Ana Beatriz Fernandes Sousa
Orientador ROBERTO DE ALMEIDA LUQUINI
Outros membros Fernanda Martins Amorim
Título O uso do estupro como arma nos conflitos armados
Resumo A prática de estupros de mulheres em conflitos armados nacionais e
internacionais é algo frequente. Tal violência se encontra intrinsecamente relacionada a
sua condição de gênero. Entretanto nos novos conflitos armados, a finalidade do estupro
de mulheres é a destruição moral e psicológica do grupo social a que elas pertencem ou
promover a impossibilidade de perpetuação de determinada etnia (genocídio). As
vítimas, assim como crianças nascidas dessa violência enfrentam graves consequências
físicas, sociais e psicológicas. Tendo em vista que as Convenções de Genebra de 1949,
seus Protocolos Adicionais de 1977, o Estatuto de Roma e a jurisprudência do Tribunal
Penal Internacional consideram o estupro como crime, torna-se imprescindível
compreender seu uso como arma de conflito armado e os motivos da ineficiência de tais
normas. Desse modo, os objetivos dessa pesquisa são entender os motivos da utilização
do estupro como arma de conflito armado; analisar as consequências do estupro como
estratégia ilegal nas sociedades em que são perpetrados e compreender as razões que
levam à ineficiência das normas de Direito Internacional Humanitário para coibir tal
violência. A metodologia adotada consiste em revisão bibliográfica de artigos
científicos, legislação de Direito Internacional Humanitário e artigos de jornais
nacionais e internacionais com relatos de vítimas de estupro como estratégia ilícita de
conflito armado. Além disso, verificou-se que as relações culturais determinantes de
papéis de gênero, na qual a mulher pertenceria à família e depois ao marido, é a
principal causa do uso do estupro com fins estratégicos, devido ao papel tutelar do
homem. Ademais, pode ser usado, também, para limpeza étnica, como foi verificado
nos campos de estupros de bósnias muçulmanas durante o conflito na Bósnia. As
consequências enfrentadas pelas vítimas incluem lesões graves, que podem gerar
infertilidade ou outras situações como fístula, danos psicológicos como depressão,
danos sociais, como a não aceitação pela sociedade, pois são vistas como lembrança da
subjugação a um inimigo. Outrossim, os “bebês de guerra”, os quais são frutos da
violência sexual, são, por vezes, vítimas de infanticídio e abandono. Verificou-se
também que a falta de eficácia da legislação e jurisprudência de Direito Internacional
Humanitário não decorre da ausência de previsão do crime, mas do receio de
estigmatização social que faz muitas vítimas não denunciarem e da falta de confiança
nas instituições. Portanto, a condição de desigualdade social da mulher colabora para
que ela sofra inúmeras violências. Ainda que guerras sejam cenários violentos, tal ato
evidencia o quão ineficiente é a proteção conferida aos civis. Sendo assim, é importante
garantir a convicção nas instituições, o estímulo para que as vítimas possam denunciar
os violadores através da criação de meios para que não ocorra a revitimização social da
mulher.
Palavras-chave Estupro, Conflito armado, Direito Internacional Humanitário
Forma de apresentação..... Painel
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