Resumo |
Utilizada muitas vezes como revestimento no Brasil, a ardósia é uma rocha metamórfica que movimenta o mercado minerador nacional, representando aproximadamente 5% da produção de rochas ornamentais. No entanto, a destinação correta dos resíduos gerados no processo de beneficiamento da rocha ainda é um problema, segundo (FILHO, 2018), cerca de 40% das rochas ornamentais se tornam resíduo devido o processo de beneficiamento. Na construção civil, o RA de ardósia pode ser trabalhado de duas formas: “in natura” ou tratado termicamente, apesar do uso “in natura” do material ser mais difundido, entende-se que a aplicação de tratamentos, como o térmico, no RA pode trazer benefícios quando esse é utilizado em misturas cimentícias, como a ativação pozolânica, conforme demonstrado por Frías et al. (2014) e Silva e Peres (2006). Portanto, objetivo deste trabalho é realizar tratamentos térmicos no resíduo de ardósia oriundo de uma empresa localizada na cidade de Paraopeba, e avaliar os efeitos da pozolanicidade do resíduo de ardósia ativado em argamassas quanto as atividades cimentícias, através de ensaios mecânicos de resistência à compressão. O resíduo de ardósia foi calcinado em forno mufla, nas seguintes temperaturas: 500, 700 e 900ºC, combinadas com o tempo de 2, 4, 6 e 8 horas, resfriados de forma lenta, com o objetivo de entender a influência que a variação da temperatura/tempo do processo de tratamento causa na resistência à compressão de argamassa. Para isso, moldou-se 12 traços 1:3:0,5 com um teor de RA ativado termicamente de 8,1%, conforme as combinações de temperatura/tempo, curados de maneira úmida e rompidos nas idades de 7,21 e 28 dias. O tratamento térmico do resíduo não superou a aplicação do material “in natura” uma vez que não foi constatado nenhuma atividade cimentícia do RA calcinado, como já observado por Cao e Yao (2010). Vale ressaltar que as maiores resistências estão vinculadas à temperatura de 500ºC e o tempo de calcinação de 6 horas, permitindo uma resistência à compressão de 34,11 MPa. De forma geral, a maioria dos tratamentos apresentaram um valor relativo próximo a 80%, mostrando que as variações no tratamento térmico, afetam consideravelmente a resistência das argamassas. Atualmente o RA é um material descartado no meio ambiente e não possui valor econômico, sendo assim, pode ser aplicado na construção civil em misturas cimentícas de baixas solicitações mecânicas, uma vez que, a adição de teores de RA ativado termicamente mostrou-se próxima do traço referência quanto ao quesito resistência mecânica à compressão dos traços avaliados. |