Resumo |
Introdução: Significativos avanços na área da saúde pública, como a implementação da Rede Cegonha, foram responsáveis pela redução dos índices de mortalidade materna no Brasil. Porém, ainda existe uma parcela expressiva de mulheres que vão a óbito no período gravídico-puerperal, sendo boa parte devido a causas evitáveis. Assim, há necessidade de compreender as principais intercorrências que levaram a esse desfecho, bem como a análise do perfil das mulheres que continuam perdendo a vida em nosso país. A fim de promover, manejar e aplicar uma assistência integral, equânime e fielmente competente às gestantes.Objetivo: Analisar e descrever o perfil sociodemográfico dos óbitos maternos ocorridos no Estado de Minas Gerais entre 2010 a 2018. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, conduzido com dados secundários referentes aos óbitos maternos ocorridos no Estado de Minas Gerais entre os anos de 2010 a 2018, alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. Os óbitos foram coletados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, utilizando a 10ª revisão. As variáveis utilizadas foram faixa etária, cor/raça, escolaridade e estado civil. A análise dos dados se deu por meio de estatística descritiva. A pergunta norteadora foi: Qual o perfil dos óbitos maternos ocorridos em Minas Gerais? Resultados: O quantitativo de óbitos maternos notificados em Minas Gerais foi de 1053. Destes, 958 óbitos (90,97%) ocorreram em mulheres com faixa etária entre 20 e 49 anos de idade. É válido, porém, que apesar dessa categoria representar o maior número de óbitos, ela também configura maior ocorrência de gestações, principalmente entre 20 a 34 anos de idade, que somam 1.647.114 nascimentos (70,31%). Quanto ao ano, 2018 registrou o maior índice dentre os estudados, totalizando 135 óbitos (12,82%), o que configura um aumento de 4,47% em relação ao ano de 2012. Do total geral de óbitos, 508 (48,24%) ocorreram em mulheres de cor/raça parda e 340 (32,28%) em mulheres de cor/raça branca. O maior número de óbitos, 378 (35,89%), ocorreu entre mulheres com escolaridade de 8 a 11 anos e 17 óbitos (1,61%) entre mulheres com nenhuma escolaridade. Em relação ao estado civil, 456 (43,30%) eram solteiras e 389 (36,94%) casadas. De acordo com o Capítulo CID-10, 1037 óbitos (98,48%) estão incluídos no capitulo XV, que diz respeito às patologias da gravidez, parto e puerpério. Conclusão: Diante do estudo, conclui-se que o perfil de óbitos maternos foi mais recorrente entre mineiras de 20 a 49 anos, pardas, solteiras e com alta escolaridade, sendo sua quase totalidade oriunda de patologias do ciclo gravídico-puerperal. Portanto, faz-se necessário melhor compreensão quanto a esses fenômenos, bem como a manutenção de pesquisas que justifiquem tais dados, buscando assim melhorar a qualidade e o acesso ao pré-natal, parto e puerpério. |