Resumo |
No dia 25 de janeiro de 2019, com o rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, 14 milhões de toneladas de rejeitos de minério foram liberados, contaminando o Rio Paraopeba. A contaminação do Rio Paraopeba, estende o impacto do desastre à outras comunidades, como o município de Florestal a 56 km de Brumadinho. A população do entorno, principalmente produtores rurais, sofrem com perdas na produção agropecuária, além da desvalorização de suas propriedades. Não só os atingidos diretamente, mas aqueles que dependem da potabilidade da água do Rio Paraopeba também são afetados. Os efeitos estão relacionados à contaminação da água pelos rejeitos, que comprometem a potabilidade da mesma para consumo e produção agropecuária. Além da possibilidade de ocorrência da desvalorização da terra em virtude da contaminação dos afluentes. Mediante os fatos supracitados e considerando que a cidade de florestal possui 32,5 quilômetros às margens do rio Paraopeba, o presente trabalho busca a identificação, dimensionamento e contabilização das áreas e propriedades rurais pertencentes ao município de Florestal que estão à margem do rio Paraopeba e consequentemente foram atingidas pelo rompimento da Barragem de Córrego Feijão, pertencente à mineradora Vale. Para a realização das estimativas quantitativas, foram compiladas as informações do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) para individualização e identificação dos limites das propriedades, o sistema de Infraestrutura Estadual de Dados Espaciais de Minas Gerais (IEDE) para conhecimento da hidrografia local e os dados obtidos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para conhecimento das fronteiras territoriais da cidade de Florestal. Todos os arquivos foram trabalhados no Software livre com código-fonte aberto Qgis 3.10 “A Coruña” no Sistema de Coordenadas Projetadas UTM e Datum Sirgas 2000 zona 23S. Ao longo dos 32,5 quilômetros de margem, mais de 30 propriedades foram afetadas, possuindo em média 51.77 ha e totalizando 1553.34 ha, ressalta-se a carência de dados no Sicar, pois no perímetro avaliado aproximadamente 9.84 quilômetros não possuíam nenhum tipo de informação, limitando o dimensionamento e contabilizações de possíveis propriedades atingidas. Diante dos dados coletados, pode-se aferir que mais de 30 propriedades do Município de Florestal teriam sido direta, ou indiretamente, afetadas pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão. As propriedades em questão possuíam em média 51.77 ha, e considerando o módulo fiscal de Florestal como 20 ha, estima-se que uma grande parte dos produtores que foram afetados se enquadra na categoria de produção familiar. |