Resumo |
Os estudos de gênero, tanto no contexto internacional quanto no âmbito brasileiro têm revelado, ao longo dos tempos, avanços e recuos no enfrentamento por determinados segmentos dessas mesmas sociedades acerca da visão diferenciada sobre os papeis valorativos atribuídos aos homens e mulheres enquanto atores sociais. Analogamente à essa perspectiva, as aulas de Educação Física ao longo da educação básica, historicamente, são marcadas por impasses em virtude da separação entre sexos em momentos práticos, devido a inúmeras razões, como por exemplo, os estereótipos fundamentados na superioridade de gênero e na inferiorização da capacidade física e motora, principalmente associados ao sexo feminino. Esse cenário tem demandado a integração de temáticas como inclusão e diversidade sexual e de gênero na formação inicial de professores, em que se buscou oportunizar aos acadêmicos discutir e vivenciar estratégias de inclusão em suas aulas. Nesse sentido, a pensamento de estudantes e profissionais que se interessem pelo fim de paradigmas e desigualdades de gênero, buscou-se relatar a experiência vivenciada por estudantes do Curso de Licenciatura em Educação Física da UFV, na disciplina EFI 330 – Prática de Ensino II, no período 2019.II que envolveu gênero e Corfebol. A atividade foi promovida por meio de instruções e a execução do Corfebol, tendo como foco a cooperatividade, respeito e integração de gêneros em equipes como forma de exemplificar, viabilizar reflexões e promover estratégias que contribuam para a minimização da problemática. O momento que precedeu à simulação do Corfebol foi baseado em apresentações sobre o mesmo e a elaboração e discussões de unidades didáticas com o objetivo de propiciar uma progressão pedagógica até a aplicabilidade do jogo, como momento de culminância da atividade. Posto isso, os discentes se dividiram em quatro times que continham 8 participantes cada, sendo 4 homens e 4 mulheres, subdivididos nas categorias de ataque e defesa, que jogaram entre si. Desse modo, na realidade do Corfebol, foi possível analisar que, nas equipes, as condições desiguais entre os participantes foram raras, isto é, todos possuíam as mesmas condições de jogo e eram essenciais para a sua realização, além da criação de um pensamento de coletividade entre os integrantes. Sendo assim, os resultados satisfatórios dessa prática evidenciaram a possibilidade de se quebrarem estereótipos de gênero para além do Corfebol, mas também, em outras modalidades esportivas. Por fim, foi possível concluir que a realização de discussões sobre o Corfebol e a igualdade de gênero no esporte, somadas à suas simulações práticas, foi uma promissora estratégia de ensino-aprendizagem para o futuro professor de Educação Física, a fim de promover a inclusão de gênero em sua prática pedagógica cotidiana no contexto da educação básica. |