Resumo |
A demanda de energia está continuamente aumentando devido à rápida industrialização e ao crescimento metropolitano. Os principais recursos energéticos são petróleo, carvão e gás natural e, devido à natureza não renovável, essas fontes de energia estão diminuindo com o passar do tempo. Por outro lado, o consumo de energia por meio de fontes renováveis tem crescido de maneira considerável. Um exemplo de energia renovável é o biodiesel, sendo obtido através de fontes limpas, não contém compostos aromáticos e sulfurados, possui um alto número de cetanos, é biodegradável e é capaz de reduzir a emissão de gases tóxicos como o CO2 e de materiais particulados. Com o passar dos anos, houve um aumento considerável na produção de óleos lubrificantes, sendo estes empregados em fins automotivos ou industriais. O objetivo do trabalho foi sintetizar biodieseis a partir da reação de transesterificação com o óleo de coco, combinando-o com metanol, etanol e isopropanol; e, a partir destes, verificar suas propriedades físico-químicas de acordo com a legislação vigente, com ênfase na análise da viscosidade cinemática dos mesmos após atuarem na lubrificação dos pistões e cilindros no interior de um motor de combustão interna, de forma a comparar seu desempenho com os lubrificantes comerciais. Os biodieseis foram preparados por meio de reações de transesterificação, misturando o catalisador e o álcool até dissolução completa, seguido da mistura com o óleo vegetal em aquecimento a 45ºC por 10 min. Posteriormente, ocorreu a separação de fases em um funil de separação e o biodiesel seguiu para filtração e tratamento, seguido de retirada de umidade. Foram propostas três rotas de reações: óleo de coco com metanol, óleo de coco com etanol e óleo de coco com isopropanol. Os produtos das reações foram analisados por meio de aspecto e cor, massa específica, massa específica relativa, pH, viscosidade cinemática, índice de acidez total e teor de umidade; além da validação do poder de lubrificação dos mesmos em motor de combustão interna, obtendo a sua viscosidade cinemática. Os resultados levaram a concluir que os biodieseis obtidos, de maneira geral, são potenciais lubrificantes para utilização em motores de combustão interna, visto que atenderam às exigências das análises físico-químicas conforme descrito pela ANP e também demonstraram perfil semelhante aos dos lubrificantes comerciais atuantes em motores, como a viscosidade cinemática, podendo atuar como substituintes. Além disso, os biodieseis obtidos por meio do isopropanol não são viáveis economicamente, devido ao baixo rendimento para sua obtenção e difícil separação de fases, tornando o processo mais caro e inviável. |