Resumo |
Introdução: A doença de Huntington (DH) é uma doença neurológica hereditária, progressiva e incapacitante, que desperta a atenção pelos sintomas característicos e impactantes como os movimentos coreicos. O estresse oxidativo apresenta-se como um agente integrante na fisiopatologia da DH podendo resultar em danos a membranas celulares assim comprometendo sua integridade e viabilidade. Objetivo: Avaliar o perfil oxidativo de portadores da DH em diferentes estágios de capacidade funcional e determinar sua relação com marcadores hematológicos. Material e métodos: Pesquisa contou com a participação de 09 voluntários portadores da DH residentes na cidade de Ervália/Minas Gerais. Os voluntários foram estratificados segundo a capacidade funcional total, utilizando a escala UHDRS- Unified Huntingtons Diseases Rating Scale. Foram estabelecidos dois grupos, o primeiro com pacientes em estágio mais avançado e capacidade funcional diminuída e o segundo com pacientes em estágio menos avançado e capacidade funcional ainda ativa. Foram realizadas análises hematológicas, para definição do hemograma e leucograma. A partir do soro foram realizadas avaliações espectrofotométricas para avaliação da capacidade antioxidante total (FRAP), determinação da atividade das enzimas Catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e Glutationa-S-transferase (GST) e quantificação dos marcadores de dano proteínas carboniladas e produto de lipoperoxidação (MDA). A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da UFV, número 3.265.178. Resultados: Observou-se alterações hematológicas significativas que evidenciaram que o grupo funcionalmente mais acometido apresentava níveis significativamente inferiores de hemoglobina e hematócrito. Embora não tenha sido observado alteração na quantificação da capacidade antioxidante total sérica e da atividade das enzimas antioxidantes SOD e GST, entre os dois grupos avaliados, a atividade da enzima CAT apresentou-se significativamente reduzida no grupo DH em estágio mais incapacitante. Conclusão: Os achados demonstram relação do estresse oxidativo com a evolução clínica da DH, com ênfase na depleção da enzima antioxidante catalase e sua relação com marcadores hematológicos. Apontando essa relação como um importante fator no estabelecimento de condutas preventivas para melhora da qualidade de vida dos pacientes. |