Resumo |
As análises anatômicas da cintura pélvica dos mamíferos são importantes para a compreensão dos tipos de locomoção de cada espécie e sua adaptação à diferentes hábitats ao longo da evolução. Ainda há poucos estudos que utilizam a anatomia do esqueleto pós crânio de mamíferos a fim de estudar os tipos de locomoção em diferentes ambientes e, quando tais pesquisas são realizadas, normalmente concentram-se nos membros anteriores. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática para compreender o papel da cintura pélvica nos mamíferos, identificar os principais músculos e características anatômicas associadas à locomoção em diferentes hábitats e, consequentemente, na adaptação destes animais. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica abrangente, nas bases de dados PubMed/Medline, Scopus e Web of Science, de acordo com as diretrizes PRISMA. Foram recuperados 31 estudos publicados até 23 de setembro de 2019. Os nossos resultados mostraram que a Ordem dos Primatas foi a mais estudada e os ossos da pélvis mais estudados foram o ílio, seguido pelo ísquio. As alterações evolutivas mais comuns aconteceram na tuberosidade isquiática e na eminência iliopúbica que são importantes para trotar, escalar e saltar. Em geral, estes acidentes estão associados a músculos, no entanto, surpreendentemente, a maioria dos estudos não trouxeram esta associação. Por outro lado, os estudos que forneceram informações sobre ossos, músculos e biomecânica foram os mais completos para a compreensão da adaptação e evolução das espécies. Além disso, a falta de informação sobre o próprio animal, como a sua origem, sexo e idade são pontos cegos metodológicos que dificultam a compreensão do papel ecológico dos animais ligados ao aspecto morfológico pélvico. Desta forma, conclui-se que a morfologia da cintura pélvica associada a músculos fortes e rápidos tem vantagens mecânicas para a adaptação dos mamíferos em diferentes hábitats ao longo da evolução. Espera-se que este trabalho possa orientar futuras pesquisas e expandir o conhecimento atual sobre a cintura pélvica. |