Resumo |
A produtividade de grãos é uma das características mais importantes e desejadas em programas de melhoramento de trigo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de linhagens de trigo e identificar as mais promissoras para variáveis relacionadas a produtividade. Um experimento foi conduzido em 2019 na estação experimental do Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Diogo Alves de Melo (20º45’14” S; 42º52’55” W, a 648 m de altitude), Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Foram avaliadas 32 linhagens em fase preliminar e fase de valor de cultivo e uso (VCU) desenvolvidas pelo Programa Trigo UFV, além de nove cultivares comerciais recomendas para a região centro-sul do Brasil usadas como testemunha. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso com três repetições, sendo as parcelas constituídas de cinco linhas de cinco metros de comprimento, espaçadas a 0,20 m e com densidade de semeadura de 400 sementes m-2. Os tratos culturais foram realizados seguindo as recomendações técnicas do cultivo de trigo para a região. Foram avaliados produtividade de grãos, tamanho de espiga, massa de espiga, número de espiguetas por espiga, número de grãos por espiga, número de grãos por espigueta, massa de grãos da espiga e índice de colheita da espiga. Os dados foram submetidos a análise de variância e em seguida realizou-se o agrupamento de médias pelo teste Scott-Knott. Houve diferença significativa (p < 0,01) para todos os caracteres avaliados, os coeficientes de variação foram de magnitude baixa, variando de 3,61 a 12,53%, o que revela adequada precisão experimental. Para produtividade, houve formação de três grupos distintos, com valores variando de 3191,35 kg ha-1 a 5381,00 kg ha-1. Cerca de 63% das linhagens, incluindo todas as cultivares comerciais, ficaram no grupo de melhor performance, com média de 4697,01 kg ha-1. A linhagem VCU 2 1878 foi superior para massa de espiga, número de grãos por espiga e massa de grãos da espiga, permitindo inferir potencial de rendimento elevado, uma vez que estes caracteres são altamente correlacionados com a produtividade. As linhagens VCU 2 1886, BRS 394, VCU 1 1811 e BRS 264 merecem atenção pela alta performance para tamanho de espiga, número de espigas por espigueta, número de grãos por espigueta e índice de colheita de espiga, respectivamente. A formação de grupos distintos no teste Scott-Knott indica a presença de variabilidade entre as linhagens. As linhagens em fase de valor de cultivo VCU 2 1898 e VCU 2 1878 merecem destaque pelo desempenho superior. |