Resumo |
Este trabalho tem por objetivo correlacionar diferentes composições domiciliares e atributos relacionados ao ingresso e a conclusão na formação superior. Se justifica devido ao valor do ensino superior para a vida dos indivíduos, e a busca cada vez maior do número de jovens e adultos brasileiros para concluírem uma faculdade. Para alguns, frequentar a graduação depois do ensino médio é o caminho natural, assim como os pais e/ou avós fizeram. Mas, para muitas famílias o acesso e conclusão do ensino superior ainda é um sonho, para ampliar os horizontes e conseguir uma melhor inserção no mercado de trabalho. Muitos se sentem impedidos ou impulsionados a enveredar nos estudos, em função da composição domiciliar que participa. Para compreender melhor este fenômeno, foram utilizados, a partir da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio Contínua – PNADC, de 2018, dados de entrevistas com 452.654 mil pessoas distribuídas em 151.979 domicílios. Para a definição dos arranjos criou-se a variável “tipo de domicílio” utilizando informações que classificam cada membro do domicílio com a pessoa de referência. Assim, foi possível estabelecer as possibilidades de arranjos domiciliares que compreenderam aos seguintes: Unipessoal, Casal sem filhos, Casal com filhos, Monoparental, Família estendida e Domicílio composto. Constatou-se que há um amplo acesso a formação superior nos cursos de graduação e pós-graduação, nos tipos de arranjos: unipessoais (50,39%) e casal sem filhos (23,16%). Ao olhar para estes números pode-se dizer que, tais domicílios possivelmente são domicílios com menor número de pessoas, sem crianças, com menor complexidade de serviço doméstico e constituído de pessoas mais velhas o que aumentam as chances de estarem fazendo faculdade. Já os casais com filhos, apresentaram um percentual mais baixo, de 12,95% e 2,06%, respectivamente, quando analisados em relação a frequentarem graduação e pós-graduação. Dentre outras análises que foram realizadas, os resultados permitiram evidenciar que apesar das taxas percentuais de não conclusão deste nível de formação serem altas, o dobro das pessoas distribuídas nos arranjos de tipo unipessoal (18,6%) e casal sem filhos (18,01%), são fortes preditores para pressupor que, estes arranjos contém adultos graduados que já ingressaram no mercado de trabalho e/ou continuam se qualificando, devido a média de idade das pessoas que vivem nestes domicílios entre 51 e 56 anos. Nesse sentido, conclui-se que as ações de políticas educacionais devem considerar o perfil e a composição dos arranjos domiciliares, pois estes não são, de forma alguma, homogêneo. Como foco principal de fomento às políticas deve-se considerar exatamente as famílias que se encontram nos níveis de renda inferiores e com a presença de filhos no domicílio. |