Resumo |
Introdução: A prevalência da obesidade tem aumentado drasticamente no Brasil e no mundo. Segundo dados do VIGITEL (2019), 20,3% da população adulta brasileira é obesa. A termogênese induzida pela dieta (TID) contribui com até 10% da energia gasta por dia no controle metabólico da obesidade. No entanto, o efeito das castanhas brasileiras na termogênese pós-prandial ainda é pouco explorado. Objetivo: avaliar o efeito do consumo de uma bebida contendo castanhas brasileiras sobre a taxa de oxidação de nutrientes das participantes do estudo “Efeito do consumo diário de castanhas brasileiras sobre redução do peso e composição corporal, metabolismo energético, apetite, ingestão alimentar, reguladores metabólicos e marcadores genéticos”. Metodologia: Tratou-se de um ensaio clínico randomizado controlado agudo conduzido com mulheres em risco cardiometabólico. As participantes foram randomicamente alocadas no grupo intervenção, o qual consumiu uma bebida teste à base de castanhas (15 g de amêndoa de castanha-do-Pará + 30 g de amêndoa de castanha de caju), ou no grupo controle, o qual consumiu uma bebida controle isocalórica e isenta de castanhas. Para caracterização das participantes foram calculadas as médias ± erro padrão da média para todas as variáveis. O percentual de mudança da TMR, quociente respiratório e taxa de oxidação de lipídios e carboidratos foram estimados, assim como a iAUC para as mesmas variáveis. O teste t de Student ou Man-Whitney foi utilizado para comparar as diferenças das médias das variáveis entre os grupos controle e intervenção. As diferenças entre os tempos e os tratamentos para cada uma das variáveis avaliadas foi analisada por meio do teste Two-way mixed ANOVA e post hoc de Bonferroni. Todas as análises foram realizadas no programa SPSS 23 for Windows (SPSS, Inc., Chicago, IL, EUA), adotando-se α=5%. Resultados: Participaram do estudo 39 mulheres com peso médio de 90,85 ± 15,5 kg e IMC médio de 33,96 ± 4,7 kg/m². No baseline, todas as variáveis avaliadas foram semelhantes entre os grupos de intervenção, exceto a TMR. Nos períodos pós-prandiais (60, 120, 180 e 240 min) a média das variáveis TMR, quociente respiratório e taxa de oxidação de lipídios e carboidratos foram semelhantes entre os grupos intervenção e controle (p≥ 0,05). Em relação à taxa de oxidação de proteínas, foi observado um valor basal de 0,042 ± 0,004 g/min e 0,044 ± 0,004 g/min para o grupo controle e intervenção respectivamente. Na comparação entre grupos, a taxa de oxidação de proteínas foi significativamente maior no grupo intervenção (0,027 ± 0,002 g/min vs. 0,045 ± 0,004 g/min; p= 0,002) em comparação ao grupo controle quatro horas após a ingestão da bebida. Conclusão: Assim, observa-se que o consumo da bebida contento mistura de castanhas brasileiras não alterou a TMR ou termogênese pós-prandial, mas apresentou um potencial de modulação do metabolismo proteico dos indivíduos. |