Resumo |
As Serine Arginine Protein Kinases (SRPKs) são proteínas cinases responsáveis por regularem eventos de splicing alternativo nas células. A desregulação da maquinaria de splicing, bem como a superexpressão das SRPKs, já foi correlacionada a diversos tipos de câncer, inclusive no melanoma. Essa superexpressão desencadeia vias de sinalização que favorecem a progressão tumoral. Portanto, a inibição das SRPKs é uma interessante estratégia terapêutica para conter o desenvolvimento tumoral. Uma vez que o melanoma metastático é altamente letal e os tratamentos atuais apresentam resultados insatisfatórios, a busca de novos compostos se faz necessária. Nesse contexto, um inibidor de SRPKs derivado de isonicotinamida, o SRVIC30, exibiu atividade antimetastática em estudos preliminares in vivo. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da inibição farmacológica das SRPKs no tumor e na pele de camundongos previamente inoculados com melanoma. Para isso, 2x105 células B16-F10 foram inoculadas no dorso de 10 camundongos C57BL/6. Em seguida, os animais foram pesados e divididos aleatoriamente, de forma que a média do volume tumoral fosse semelhante em ambos os grupos experimentais, não apresentando diferença estatística. O grupo controle (n=5) recebeu o veículo dimetilsulfóxido (DMSO) a 1%, enquanto o grupo tratado (n=5) recebeu 150 µL do SRVIC30 diluído em DMSO 1%, na dose de 16 μM/mL-1. Os tratamentos foram administrados cinco vezes por semana, durante 14 dias, por via peritumoral. No 15º dia de experimento, os animais foram pesados e eutanasiados (CEUA número de protocolo 41/2016). O tumor e a pele foram dissecados, fixados em paraformaldeído 4% e incluídos em parafina. As lâminas foram coradas com hematoxilina-eosina, para avaliação da arquitetura tecidual, e com acridine orange/brometo de etídio, para análise de viabilidade celular. As análises histológicas do tumor de ambos os grupos mostraram células neoplásicas, com melanina e entremeadas por vasos sanguíneos. Os tumores dos animais tratados apresentaram fibras colágenas intratumorais e grandes áreas de morte celular. A análise de viabilidade celular com acridine orange/brometo de etídio corroborou os dados de morte celular encontrados na histologia, uma vez que os tumores tratados com SRVIC30 apresentaram maior quantidade de células com coloração amarelada/alaranjada, indicando menos células viáveis e, consequentemente, morte celular. A pele dos animais tratados também apresentou extensas áreas de morte celular, além da presença de infiltrado inflamatório e fibras colágenas. Nosso grupo de pesquisa já mostrou que células leucêmicas entraram em um processo de morte celular programada após o tratamento com inibidor de SRPKs. Portanto, pode-se concluir que a inibição farmacológica das SRPKs por meio do SRVIC30, na concentração e tempo testados, induziu morte celular no tumor e na pele de camundongos com melanoma metastático. |