Resumo |
Introdução: O estilo de vida contemporâneo marcado por baixos níveis de atividade física, elevados níveis de sedentarismo e alimentação inadequada traz consigo o aumento de doenças metabólicas, entre as quais se encontram a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Muitos portadores dessas doenças apresentam sintomas de ansiedade e depressão, além de prejuízos no sono, o que deteriora ainda mais a qualidade de vida dessa população. Somado a isso, a atividade física se torna uma aliada para o tratamento tanto da condição de base, quanto da saúde mental e, embora ainda haja baixa adesão a tal aspecto, sua prática deveria ser encorajada. Objetivos: Avaliar a saúde mental de pacientes portadores de HAS e/ ou DM2 de alto risco, identificando sintomas depressivos, ansiosos e de qualidade do sono, além de mensurar e correlacionar esses dados com os níveis de atividade física diária da amostra. Metodologia: Por meio de estudo transversal, foram avaliados 120 pacientes com média de idade de 61±10 anos, sendo 78 mulheres e 42 homens, todos, portadores de DM2 e/ou HAS, atendidos no Centro Estadual de Assistência Especializada – CEAE, do município de Viçosa, Minas Gerais. Para a avaliação da saúde mental, foram utilizados o Inventário de Ansiedade de Beck (IAB), Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), e para a avaliação da atividade física, utilizou-se um pedômetro. Por fim, a fim de avaliar a qualidade do sono foi utilizado o Questionário de Pittsburgh (PSQI-BR). Resultados: Com relação aos níveis de atividade física diária, apenas um paciente atingiu a recomendação mínima de 10000 passos diários (10399 passos), evidenciando um comportamento majoritariamente sedentário da amostra. Em relação à saúde mental, o IDB mostrou maior traço de depressão nas mulheres (p=0,001), com depressão moderada, enquanto o IAB mostrou resultados que condizem com ansiedade leve, e o SRQ-20 demonstrou que 35% da amostra teve suspeição de algum transtorno mental não psicótico. Já o PSQI-BR evidenciou que 63% da amostra se apresentou com alguma forma de prejuízo do sono, sendo que 69% das mulheres tiveram prejuízos, enquanto 54% dos homens o tiveram, sendo tal diferença estatisticamente significativa. Finalmente, foi observada correlação positiva entre a presença de sintomas depressivos (p=0,002) e a pior qualidade subjetiva do sono nas mulheres (p=0,023). Conclusões: A amostra contou com importantes prejuízos na saúde mental, valendo ressaltar aos piores níveis de depressão e de qualidade de sono nas mulheres. Além disso, a quase totalidade da amostra apresentou comportamento sedentário. Tais achados carecem de maior atenção em termos de saúde pública, a fim de melhorar a qualidade de vida desses pacientes. |