Resumo |
Introdução: O câncer é a segunda principal causa de mortalidade e segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no ano de 2018, 9,6 milhões de mortes no mundo foram causadas pelo câncer. Os fatores de risco podem ser internos ou externos, sendo que nos externos está a alimentação inadequada com excesso de produtos industrializados que podem gerar radicais livres e aumentar o risco para o desenvolvimento da doença. Diante da importância do consumo de antioxidantes na prevenção primária do câncer, estudos que relacionam o consumo de antioxidantes e oncogênese são necessários. Objetivo: Avaliar a capacidade antioxidante da alimentação pré-diagnóstico de pacientes com câncer em tratamento em um hospital público de Ponte Nova, Minas Gerais. Metodologia: Estudo transversal observacional realizado com pacientes adultos e idosos, no período de julho de 2018 a julho de 2019. A coleta de dados foi realizada em um único momento por meio de um questionário e recordatório alimentar. Para o cálculo da composição nutricional e valor calórico total (VCT) foi utilizada a Tabela Brasileira de Composição de Alimento (TACO). A Capacidade Antioxidante Total da Alimentação foi avaliada utilizando-se valores do Poder Antioxidante de Redução Férrica (FRAP) a partir de bancos de dados existentes. Resultados: Foram incluídos 79 indivíduos, idade média de 57,7±13,1 anos, sendo 53,2% mulheres e 87,3% com renda de 1 a 3 salários mínimos. A capacidade antioxidante (FRAP) foi de 5,34 (3,35-8,75) mmol/dia, sendo inferior à média da alimentação brasileira (10,3 mmol/dia). Um estudo com a população dos países baixos, demonstrou que o consumo de uma alimentação com FRAP ≥ 18 mmol/dia associou-se ao menor risco de desenvolvimento do câncer de mama. O FRAP foi maior entre os adultos, destacando uma maior quantidade proveniente do grupo dos alimentos in natura ou minimamente processados. Avaliado o consumo calórico e localização do câncer, observou-se que pacientes com câncer no trato gastrointestinal apresentaram maior consumo calórico, corroborando estudos que associam hábitos alimentares em que está presente alimentos processados e ultraprocessados com alto valor calórico, com o fator de risco para o câncer gastrointestinal (gástrico). Conclusão: A estimativa da incidência de câncer cresce a cada ano, juntamente com a globalização. Sabe-se que o estilo de vida da população influencia os hábitos alimentares, aumentando a ingestão de alimentos prontos para o consumo, classificados como ultraprocessados, que são adicionados de substâncias que podem afetar a saúde. Tem-se também a diminuição do consumo de fontes de antioxidante, como frutas e vegetais, que atuam na neutralização dos radicais livres presentes no corpo humano. Os pacientes avaliados apresentaram baixo consumo alimentar de antioxidantes, quando comparado à média brasileira, assim, a relação dos alimentos juntamente com outros fatores podem predispor a oncogênese. |