Resumo |
A erosão consiste na desagregação das partículas do solo e seu posterior transporte, podendo ser parte do processo natural, mas também antrópico, geralmente intensificado, com graves consequências para o ambiente. Na cafeicultura de montanha, os primeiros meses de instalação da cultura são marcados pela alta suscetibilidade à ocorrência de processos erosivos com a baixa cobertura do solo proporcionada pelas plantas jovens e o relevo inclinado. Com intuito de reduzir os processos erosivos, desenvolvem-se práticas que visem um manejo de solo mais conservacionista e menos agressivo ao equilíbrio natural entre erosão e formação do solo. Dentre estas práticas, destacam-se as que sejam de fácil implantação, que tenham baixo custo de adoção e condução e que sejam o mais eficientes o possível. Essas práticas podem envolver aquelas se baseiam na cobertura do solo com resíduos orgânicos, culturas de cobertura ou consorciadas e o manejo de plantas espontâneas, as quais são de maior tendência de uso. Assim, objetivou-se avaliar a eficiência de práticas no controle da erosão na cafeicultura de montanha em experimento conduzido em campo com implantação de Coffea arábica, cultivar Catuaí 144, em Viçosa-MG. As plantas foram plantadas no espaçamento 0,5 x 3 m em área com 22% de inclinação, tendo sido submetido aos seguintes tratamentos: Feijão- consórcio do café com feijoeiro na entrelinha; Capina- cafeeiro manejado com capina e solo mantido exposto; Roçada- café conduzido com roçada na entrelinha e Palhada- cafeeiro manejado com deposição de palhada entre as linhas de plantio. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado com 3 repetições. Coletas de solo e água perdidos foram feitos utilizando calhas coletoras de 20 cm de largura por 5 cm de altura acopladas com sacos plásticos de 20 litros de capacidade, instalados na base central das parcelas para coleta de solo e água contidos nas enxurradas. Após decantação do conteúdo obtido, mensurou-se o volume de água e o solo foi seco em estufa, aferido a massa, das quais, tanto o volume de água e massa de solo, e as unidades corrigidas para grandeza de área para hectare. Nas parcelas submetidas ao consórcio do feijoeiro com café observou-se a redução em média de 51% nas perdas de solo, enquanto nos sistemas submetidos a roçada e a deposição de palhada nas entrelinhas foi possível observar redução de até 99% nas perdas de solo, evidenciando a maior eficiência destes últimos. As perdas de água foram reduzidas em cerca de 90% nas parcelas submetidas ao consórcio com feijoeiro, em 92% no sistema conduzido por roçada e em 95% nas parcelas manejadas com deposição de palhada na entrelinha do cafeeiro, sendo todos os tratamentos estatisticamente semelhantes em eficiência das reduções de perdas de água por escoamento superficial. |