Resumo |
Introdução: A lesão por pressão (LPP) é definida como a destruição das camadas da pele e tecidos subjacentes, geralmente sobre uma superfície óssea, resultante da pressão prolongada ou de sua combinação com forças de fricção e cisalhamento. Destaca-se nesse contexto, umas das principais complicações apresentadas por pessoas acamadas no domicílio ou em unidades hospitalares. Além disso, aumenta o risco de complicações, influenciando na morbidade e mortalidade, resultando em encargos financeiros significativos para os sistemas de saúde, devido aos altos custos relacionados ao tratamento, que envolve recursos humanos, financeiros e materiais. Nessa perspectiva, como o profissional de enfermagem está diretamente relacionado no cuidado dos pacientes, faz-se necessário o conhecimento científico baseado em evidências, visando a otimização dos recursos humanos disponíveis e a redução dos custos à instituição. Objetivos: Avaliar o risco do desenvolvimento de lesões por pressão em pacientes admitidos nas unidades de internação de um hospital da Zona da Mata Mineira. Metodologia: Estudo quantitativo do tipo transversal, realizado em um hospital de um município da Zona da Mata Mineira. A população do estudo foi composta por 322 pacientes de ambos os sexos, admitidos nas unidades de clínica médica e cirúrgica da instituição. As entrevistas foram realizadas através de um roteiro semiestruturado, organizadas e analisadas através do programa Microsoft Excel 2007. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos, inscrito sob o parecer nº 4.203.388 (CAAE n° 27116619.7.0000.5153). Resultados: Neste estudo, houve predomínio no sexo feminino 173 (53,7%) pacientes, dentre os entrevistados, 200 (62,1%) possuíam menos que 60 anos e a principal unidade de internação avaliada foi a clínica médica com 209 (64,9%) casos. No que se refere ao tempo de internação, houve maior predomínio naqueles que permaneceram menos que 10 dias, 259 (80,4%) pacientes. Sobre a avaliação dos pacientes, 213 (66,1%) haviam sido avaliados pela equipe médica ou de enfermagem e 109 (33,9%) não haviam sido avaliados. A avaliação da pele foi relatada por 14 (4,3%) dos pacientes, enquanto 308 (95,7%) expressaram que não haviam sido avaliados nesse quesito. Sobre a orientação da prevenção e tratamento de lesão, 314 (97,5%) relataram que não foram orientados, enquanto 8 (2,5%) expressaram sobre a orientação. Através da aplicação da escala de Braden, 222 (68,9%) apresentaram-se sem risco para o desenvolvimento de LPP e 40 (12,4%) com baixo risco. Entretanto, 23 (7,1%) dos pacientes apresentavam alto risco e 37 (11,5%) risco moderado. Conclusões: Foram observadas fragilidades na avaliação do risco dos pacientes, bem como na prevenção desses agravos. Além disso, foi possível ressaltar os principais fatores contribuintes para o paciente hospitalizado em desenvolver LPP. |