Resumo |
INTRODUÇÃO: A enxaqueca ou migrânea é uma cefaleia primária e incapacitante e que está associada a inúmeros fatores como sexo, idade e transtornos de humor. Além de ser uma condição sem terapêutica definitiva, a enxaqueca enquadra-se como o terceiro transtorno mais prevalente em todo o mundo e a terceira causa de incapacidade em pessoas abaixo dos 50 anos. OBJETIVOS: Devido a elevada prevalência e o impacto social e individual desta condição, bem como a quantidade de fatores relacionadas a ela, o objetivo central deste trabalho é caracterizar a população com enxaqueca atendida na Divisão de Saúde (DSA) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). METODOLOGIA: A presente análise se deu a partir de um estudo transversal com 50 pacientes de ambos os sexos atendidos pela DSA da UFV no período de julho a novembro de 2018, com o diagnóstico de enxaqueca, segundo os critérios da terceira edição da Classificação Internacional de Cefaleias (ICHD-3). A coleta de dados se deu a partir da aplicação de questionário estruturado e através de registros em prontuários. Os dados obtidos foram dispostos em planilhas do programa Excel (Windows) e os resultados foram concebidos através dos recursos do mesmo e de análises estatísticas executadas pelo programa SPSS 13.0 (SPSS Inc). Foi realizado Teste t de Levene para as variáveis sociodemográficas com nível de significância p < 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV sob o nº 2.706.366 e todos os participantes foram informados dos aspectos gerais da pesquisa por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS: Observou-se que 60% dos pacientes eram do sexo feminino com idade média de 30,13 anos. No sexo masculino a idade média foi de 25,4 anos. Quanto à etnia, 63,27% se autodeclararam brancos e 36,73% como negros ou pardos. 66,22% eram estudantes e 42,55% estavam no ensino superior. Todos os pacientes declararam serem não fumantes. Em relação ao índice de massa corporal a maior parte era eutrófica (56,52%) e o segundo maior grupo se enquadrava como sobrepeso (28,26%). Em relação às comorbidades, 36% possuíam diagnóstico e/ou realizavam tratamento para transtorno de humor; 4% para dispepsia e/ou gastrite; 10% para rinite alérgica; 4% para anemia e 2% para hipertensão arterial sistêmica. Além disso, 90% dos informantes afirmaram que suas dores de cabeça limitaram a sua capacidade de trabalhar, estudar, ou fazer suas atividades durante, pelo menos um dia, nos últimos 3 meses. CONCLUSÕES: Em relação às características sociodemográficas a prevalência da enxaqueca no sexo feminino e em adultos jovens foram de encontro com o que é descrito na literatura. Diferentes comorbidades associadas à enxaqueca foram encontradas, reforçando que o atendimento à esta condição pode demandar diferentes níveis de atenção à saúde. Além disso, os resultados obtidos conseguiram corroborar com o caráter incapacitante da enxaqueca. |