Resumo |
As Instituições Públicas de Ensino Superior (IFES) estão sujeitas às transformações, mudanças, novidades, ou mesmo a questionamentos acerca de seus principais objetivos e funções, no que tange a sua estrutura, organização, administração, qualidade dos serviços e eficiência na utilização dos recursos provindos da sociedade (GOMES, 2013). As IFES são sistemas sociais dinâmicos e complexos, fruto de conflitos gerados por grupos tanto internos quanto externos, que podem agir de acordo com seus próprios interesses. Assim, muitos conflitos que ocorrem na universidade originam-se da própria complexidade concernente à estrutura social e acadêmica e nos objetivos e valores dos distintos grupos (RIZZATTI E RIZZATTI JR., 2004). Tal contexto das universidades faz com estas organizações dependam de maior agilidade e capacidade de resposta às demandas externas, e, melhor desempenho a fim de sua manutenção e sobrevivência (MEYER JR., 2006). Tendo em vista tais referências e a importância da eficiência na aplicação de recursos que permeiam as organizações em geral e as universidades públicas em particular, propôs-se com este trabalho, a análise e descrição dos principais instrumentos e práticas de planejamento estratégico utilizados pelas universidades federais sediadas em Minas Gerais, buscando identificar um conjunto de melhores práticas que sejam extensivas às demais IFES, ainda que respeitando as particularidades de cada universidade. Para isso, estudou-se o conjunto dessas organizações presentes em Minas Gerais, por meio de procedimentos qualitativos e comparativos de pesquisa, com análise documental do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) de cada IFES, e posteriormente com entrevista ou questionário aplicados a servidores, por adesão, diretamente ligados à área de planejamento em cada universidade. Do conjunto das onze IFES mineiras, apenas três aderiram à pesquisa por entrevistas, ficando a pesquisa comparativa das onze universidades concentrada no estudo documental do PDI. Os resultados mostraram uma razoável proximidade na composição da estrutura burocrática, quanto ao modelo de gestão e órgãos decisórios. Das entrevistas destacam-se as dificuldades apontadas relativas a restrições orçamentárias, especialmente em fase expansão universitária, ainda que isso não tenha impedido o alcance de objetivos, também dificuldades quanto ao entendimento pela própria comunidade universitária sobre a importância do PDI, ainda que, por parte dos gestores, sua instrumentalidade para o aprimoramento e para colocar em prática as estratégias de desenvolvimento das IFES sejam reconhecidas. Concluindo, observa-se que as variações nas práticas de planejamento estão orientadas pelos contextos particulares de cada IFES, embora existam trocas de informações entres as universidades, e.g. FORPLAD, e em que pese o imperativo legal do PDI, esforços têm sido realizados para que o mesmo seja um instrumento efetivo para o desenvolvimento institucional. |