Ciência para a Redução das Desigualdades

16 a 18 de outubro de 2018

Trabalho 11066

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Zoologia
Setor Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Igor Silvares Jahel
Orientador FELIPE ZILIO
Título Monitoramento dos atropelamentos de vertebrados na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais.
Resumo A mortalidade pela colisão com veículos e o efeito de barreira são os principais impactos de uma rodovia sobre a fauna. A mortalidade pela colisão atinge os animais terrestres ou semiaquáticos, em especial animais com grandes áreas de vida, e os atropelamentos tendem a se concentrar em áreas de maior risco, com habitat disponível ou corredores de deslocamento. Nosso objetivo é avaliar os impactos da malha rodoviária no Alto Paranaíba, Minas Gerais, sobre a fauna de vertebrados. O monitoramento de atropelamentos vem sendo realizado mensalmente (desde março/18) em quatro trechos de 45 km: T1 – MG230, entre Rio Paranaíba e Serra do Salitre; T2 – MG187, entre Serra do Salitre e Ibiá; T3 – BR354, entre São Gotardo e a BR262; e T4 – BR354, entre São Gotardo e Lagoa Formosa. Cada trecho foi percorrido de carro (50 km/h). As carcaças foram fotografadas, identificadas e classificadas quanto ao tamanho, peso e posição em relação à pista. Foram realizadas quatro amostragens em cada trecho (exceto T4, com três), totalizando 130 indivíduos atropelados, de 45 espécies (20 mamíferos, 18 aves e 7 répteis). Mamíferos foram os mais abundantes, com 79 ind. (1,2 ind/10km), seguido das aves com 45 ind. (0,6 ind/10km) e dos répteis 9 ind. (0,1 ind/10km). Destaca-se a ocorrência de cães, espécie com maior número de registros (19 ind.). As espécies silvestres com maior número de ocorrências foram o tatu-peba (Euphractus sexcinctus; 13 ind.), a jaritataca (Conepatus semistriatus; 8 ind.) e a seriema (Cariama cristata; 6 ind.). Carnivora foi a ordem mais expressiva, com 10 espécies (spp) e 52 indivíduos atropelados, seguida de Cingulata (tatus; 16 ind. e 3 spp) e da família Thraupidae (Aves:Passeriformes; 13 ind. e 5 spp). A riqueza de espécies em cada trecho variou entre 11 (T3) e 23 (T1), sendo similares entre trechos, exceto no T3, com baixa incidência de mamíferos (5 spp), metade dos demais trechos. Foram registrados cerca de 2 ind/10km, destacando-se o T4, com 2,6 ind/10km e o T3, com 1,0 ind/10km. Nas rodovias estaduais os valores foram de 2,2 e 2,0 ind/10km, na MG187 (T2) e MG230 (T1). O T3 apresentou menor incidência de atropelamentos para todas as classes taxonômicas. Mamíferos apresentaram maior incidência no T2 (1,6 ind/10km), enquanto aves e répteis foram mais frequentes no T4 (0,3 e 1,0 ind/10km), porém com valores próximos ao das rodovias estaduais (T1 e T2). A dominância de mamíferos e aves nos registros é recorrente no monitoramento de fauna atropelada, em parte devido à diferenças na taxa de detecção e de remoção de carcaças. Nossos resultados são preliminares, contudo pode-se inferir que mesmo rodovias secundárias, como a MG230 e MG187, resultam em impactos negativos para a fauna, merecendo uma análise de meios que os mitiguem. Reforça essa preocupação a ocorrência de atropelamento de 4 indivíduos de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), espécies ameaçadas de extinção.
Palavras-chave Monitoramento, fauna, atropelamentos.
Forma de apresentação..... Painel
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