Resumo |
Muito se tem debatido sobre a retroalimentação das crises causadas nas dimensões econômicas/financeiras e política, e, por se tornarem cada vez mais recorrentes na economia mundial, suas causas e consequências são debatidas por profissionais, que procuram identificar o real causador da paralisia que dificulta o crescimento no âmbito da produção e comercialização de bens e serviços e do desenvolvimento social, criando uma extensa literatura sobre o assunto. A cada nova notícia política ou modificações na base governamental, as informações são recebidas com aflição pelos investidores e analisadas conforme suas premissas. Contudo, não há uma definição universalmente aceita sobre as pertinentes crises monetárias, econômicas e financeiras. Sabe-se que uma de suas características congruente é um tipo de lógica circular, onde há um aumento da mobilidade de capitais, devido à fuga de investidores sobre as moedas desvalorizadas, possibilitando explorar este campo. Diante disto, este artigo procura dar luz aos efeitos da crise econômica e da atual instabilidade política brasileira nos indicadores das empresas cotadas na Brasil, Bolsa, Balcão S.A. (B3) no período de 1994 – 2018, por meio de estudos da formação de preços e volatilidade de ações no mercado de capitais, relacionando-os com indicadores financeiros (liquidez, administração do capital de giro e estrutura patrimonial), posteriormente comparados aos índices macroeconômicos (Taxa de Juros (SELIC), inflação (IPCA), taxa de Câmbio (dólar/real) e PIB), confrontados por índices microeconômicos (saldo da balança comercial, PIB específico do setor e contratos futuros, B3) e política (variáveis dummy associadas a momentos de turbulências políticas), atentando-se para a observação de fatores históricos, que permite uma primeira análise quanto a relação econômica e política. Especificamente, investiga-se os fatores determinantes de ocorrência de uma crise financeira, em especial: o aumento do grau de mobilidade de capitais, elevados níveis de preço e oscilações na moeda; testar evidências de que há relação entre instabilidade política e crises econômicas; analisar quais os indicadores financeiros sofreram maiores oscilações durante o período estudado; apontar se existe descasamento entre a instabilidade política recente e os indicadores financeiros das empresas. Como problemática: quais os efeitos da crise econômica e da atual instabilidade política brasileira nos indicadores das empresas cotadas na B3? Para isso, serão coletados dados da B3, BACEN, CEPEA e outros, aplicando Análise de regressão múltipla, com técnica de dados em painel balanceado, e análise descritiva. Previamente, os resultados da confrontação da taxa de câmbio e cotações diárias da IBOV com as datas eleitorais, apontam uma maior volatilidade em datas de eleições políticas nos anos de 1994 e 1998 e em menor grau em 2002, apresentando um descasamento entre o mercado acionário e os fatores estritamente políticos para eleições posteriores. |