Resumo |
O abacate (Persea americana Mill) é produzido em grande escala no território brasileiro. Podem ser consumidos in natura e também utilizados em processos industriais, sendo a principal característica da polpa comestível do fruto seu elevado teor de óleo, o qual é rico em compostos nutricionais. O solvente mais utilizado para extração de óleos vegetais é o hexano, contudo é considerado um neurotóxico em elevadas concentrações, está relacionado à poluição e possui origem fóssil. O uso do etanol, em substituição ao hexano, é uma alternativa viável, pois não gera resíduos tóxicos, apresentando menor risco à saúde. Este estudo objetivou otimizar a extração de óleo da polpa de abacate utilizando etanol como solvente base. Os frutos foram obtidos na região do Alto Paranaíba-MG, higienizados e despolpados. As polpas foram secas a 60 ºC, durante 48h, e em seguida trituradas em liquidificador. A extração do óleo foi realizada utilizando 6g da polpa com quantidades de solvente e temperatura variáveis, de acordo com delineamento composto central rotacional (DCCR). A acidez foi determinada por titulação com hidróxido de sódio (Association Oficial of Analytical Chemistry (AOAC,1997). O teor de carotenoides foi determinado pelo método proposto por Rodriguez-Amaya (2001) e, para determinação da atividade antioxidante total (DPPH) foi utilizada a metodologia descrita por Brand-Williams, Cuvelier e Berset (1995). O rendimento da extração para o etanol a 35 ºC, 45ºC e 60 ºC foi, respectivamente, 59%, 71% e 79%. O rendimento para o solvente hexano foi de 91%, 90% e 92% a 35ºC, 45ºC e 60ºC, respectivamente. A extração utilizando hexano apresentou menor índice de retenção que a extração utilizando etanol como solvente. Maior acidez foi observada na polpa quando comparada aos tratamentos. O teor de β-caroteno e licopeno variou entre 0,1 - 0,2 mg/100g e 0,07 - 0,1 mg/100g, respectivamente. Maior capacidade antioxidante foi observada para o óleo extraído utilizando etanol como solvente. A extração mostrou-se mais eficiente com o aumento da temperatura e, apesar de apresentar menor rendimento, o etanol mostrou-se viável para extração do óleo de abacate, sendo o óleo extraído por meio desse solvente rico em compostos antioxidante. Logo, o etanol apresenta grande potencial de uso pelas indústrias farmacêuticas e de alimentos que visam a qualidade do óleo e maior segurança a saúde. |