Resumo |
Os nematoides são organismos vermiformes que habitam o solo, água doce e salgada. Os nematoides do gênero Meloidogyne, comumente conhecidos como nematoide de galhas, provocam uma das principais doenças da cenoura, a meloidoginose. Dentro dos ovos, os nematoides sofrem sua primeira ecdise, se tornando J2, sua fase infectiva. Após sua eclosão estes penetram os tecidos radiculares das plantas e se tornam sedentários, estabelecendo um local de alimentação nas células. Os nematoides liberam secreções que estimulam o crescimento das células da planta, tornando-as gigantes e estabelecendo-as como fonte de nutrientes. Após sofrer mais ecdises e se tornar adulta, a fêmea do nematoide pode gerar até 2.000 ovos. O ataque do nematoide em plantas de cenoura provoca crescimento reduzido da raiz, engrossamento, bifurcação e formação de galhas; a planta se torna esteticamente inaceitável e inviável para comercialização, sendo descartada no campo. As perdas podem chegar a 100%, dependendo da densidade populacional na área. O objetivo deste trabalho foi identificar as principais espécies de nematoides de galha nas principais regiões produtoras de cenoura dos estados do Espírito Santo, Paraná e Goiás. Amostras de plantas infectadas com nematoide de galhas foram recebidas dos estados citados, para análise e identificação. Após o recebimento, no laboratório, as fêmeas de nematoide foram retiradas das raízes com auxílio de agulha. Em seguida foram inseridas em tubos plásticos com água livre de nuclease, tampão de extração, pequenas esferas de vidro e proteinase-K, o DNA foi extraído em termociclador. Após a extração, o DNA foi amplificado através da técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) e pelo uso de primers universais e espécie-específicos, em termociclador. O produto da PCR foi colocado em gel de agarose com corante e marcadores moleculares nas laterais para comparação do padrão identificado. Até o momento, através das análises realizadas, as principais espécies identificadas foram M. javanica e M. incognita, porém ainda há trabalho a ser feito, visto que o projeto se encerra em fevereiro de 2019; e outras espécies ainda podem ser identificadas nestas áreas, como por exemplo, M. arenaria, que tem sua distribuição restrita a alguns locais do Brasil. A correta identificação das espécies predominantes em uma região permite adotar critérios de controle específicos e eficazes, como a escolha de cultivares resistentes e/ou tolerantes à espécie mais importante na área, rotação de culturas com plantas não hospedeiras, entre outros. Agradecimento: FAPEMIG e CNPq |