Resumo |
Espécies vegetais são capazes de abrigar fungos endofíticos, que são organismos que utilizam a planta como hospedeiro, sem prejudicar seu desenvolvimento. Alguns estudos relatam ações antagonistas desses fungos, em especial contra fitopatógenos. Tal ação deve-se aos compostos orgânicos (voláteis ou difusíveis) produzidos pelos endofíticos. Dessa forma, esse estudo objetivou avaliar o potencial antimicrobiano de fungos endofíticos isolados de Aldama robusta no controle do fungo fitopatogênico Botrytis cinerea. Os fungos endofíticos foram isolados de folhas de A. robusta coletadas no cerrado mineiro, município de Rio Paranaíba e cultivados em 20 mL de meio BDA, a 25°C por sete dias. A identificação dos endofíticos foi realizada através de análise morfológica (microscópica e macroscópica) e molecular. O potencial antimicrobiano dos endofíticos foi avaliado através de análises de antagonismo (método da cultura pareada) e de bioensaios de atividade de compostos voláteis e metabólitos secundários. Sete fungos com características morfológicas diferentes foram isolados, codificados e identificados a nível de gênero e/ou espécie, E2- Chlorencoelia sp., E6- Colletotrichum boninense, E9- Purpureocillium lilacinum, E11- Colletotrichum sp., E12- Diaporthe phaseolorum, E14- Xylaria berteri e E16- Phomopsis sp. Apenas dois endofíticos, E3 e E5, foram identificados ao nível de ordem, Pleosporales. Os endofíticos apresentaram interação antagonista com B. cinerea do tipo 3, 4 e 5, segundo a escala de Bell. Os compostos voláteis sintetizados pelos fungos E5 espécie da ordem Pleosporales, P. lilacinum, Colletotrichum sp. e D. phaseolorum inibiram significativamente o crescimento micelial de B. cinerea. Metabólitos produzidos por E5 espécie da ordem Pleosporales (100 e 500 ppm), P. lilacinum (500 e 1000 ppm) e Colletotrichum sp. (100, 500 e 1000 ppm) também inibiram o crescimento do fitopatógeno ao serem adicionados em meio de cultura BDA. Conclui-se que voláteis e metabólitos dos endofíticos E5 espécie da ordem Pleosporales, P. lilacinum e Colletotrichum sp. reduzem o crescimento micelial de B. cinerea, podendo ser explorados no manejo deste fitopatógeno. |