Resumo |
A família Annonaceae apresenta cerca de 2440 espécies em 112 gêneros, com distribuição pantropical, no Brasil ocorrem 29 gêneros, com cerca de 392 espécies, sendo distribuídas na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A maior subfamília é Annonoideae com 51 gêneros, dentre esses, 12 ocorrem no país, incluindo Annona L., Duguetia A.St. -Hil, Guatteria Ruiz & Pav. e Xylopia L., gêneros considerados como os mais representativos da família na flora brasileira. O Município de Rio Paranaíba está localizado na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais, Brasil, e está inserido no domínio Cerrado, que apresenta uma significativa diversidade de espécies da família Annonaceae. Desde a década de 70, o município vem sofrendo perda de habitat natural em virtude da extensa ocupação agrícola, aliado a esse fato são escassos os trabalhos de cunho florístico e taxônomico. Com intuito de sanar essa lacuna de conhecimento objetivou-se realizar o tratamento taxônomico para a família Annonaceae para município de Rio Paranaíba. O levantamento florístico foi realizado de dezembro de 2016 a junho de 2018, através de coletas quinzenais nos fragmentos de vegetação nativa do município. O material botânico coletado foi herborizado de acordo com as técnicas convencionais, e as identificações foram realizadas por meio da literatura especializada e consulta em herbários nacionais e estrangeiros com plataforma online. Até o momento, para o município de Rio Paranaíba foram identificadas quatro espécies: Duguetia furfuracea (A.St.-Hil.) Saff., Duguetia lanceolata A.St.-Hil., Guatteria australis A.St.-Hil e Guatteria selowiana Schltdl. As espécies do gênero Duguetia apresentaram ramos e folhas com indumento lepidoto e frutos sincárpicos, enquanto as espécies do gênero Guatteria os ramos e folhas possuem indumento simples e frutos apocárpicos. D. furfuracea se diferencia de D. lanceolata pelo hábito (subarbusto versus arbóreo) textura da foliar (coriáceas versus cartáceas), formato da base foliar (cuneada versus aguda) e número de estames (20 versus 80). As espécies do gênero Guatteria amostradas na área de estudo podem ser diferenciadas por, G. sellowiana apresentar pecíolo até 0,5 cm compr., setoso, folhas elípticas a obovadas, ápice das pétalas internas com presença de mácula e estames em número de até 210, enquanto que em G. australis o pecíolo mede a partir 1,5 cm compr., apresenta indumento viloso, as folhas são lanceoladas, o ápice das pétalas internas não apresentam mácula e o número de estames são acima de 300. Das espécies estudadas apenas D. furfuracea não é endêmica do Brasil, as demais ocorrem exclusivamente no território nacional, com distribuição restrita aos domínios de Mata Atlântica e Cerrado. Serão apresentados mapa de distribuição geográfica no município, prancha de fotos, chave de identificação e comentários taxonômicos. |