Resumo |
O morango é muito perecível e vulnerável à infecção por Botrytis cinerea, principalmente na pós-colheita. A inexistência de produtos para o controle deste fungo resulta em grandes perdas para o produtor e ao uso incorreto de defensivos. Estratégias considerando métodos alternativos de controle de fungos fitopatogênicos vêm sendo uma das tendências, em substituição aos defensivos sintéticos. Dessa forma, objetivou-se no presente trabalho avaliar efeito de extratos aquosos e óleos essenciais, oriundos de diferentes espécies vegetais, no controle do B. cinerea isolado de frutos de morango. Os extratos aquosos de diferentes partes vegetais de Cabralea canjerana, Citrus aurantium, Cymbopogon citratus, Eucalyptus globulus e Rosmarinus officinalis, foram preparados e esterilizados por filtração, enquanto os óleos essenciais foram extraídos pelo método de hidrodestilação. O fungo B. cinerea foi isolado diretamente do morango em meio ágar batata dextrose (BDA). Os extratos aquosos foram incorporados ao meio BDA nas concentrações de 0, 5, 10, 15, 20 e 25%, e os óleos essenciais nas concentrações 0; 0,1; 0,5; 1,0 e 2,0%. Para a avaliação do efeito dos extratos e óleos no crescimento micelial do fungo in vitro, colônias de 0,5 cm do B. cinerea foram inoculadas no centro das placas de Petri (diâmetro de 9 cm), contendo BDA com os extratos e óleos essenciais nas concentrações supracitadas. Todas as placas foram incubadas a 25°C, no escuro, até o fungo do tratamento 0% crescer em toda área do meio. Posteriormente, as áreas de crescimento micelial foram determinadas e a taxa de inibição do crescimento foi calculada. Quanto a inibição do crescimento micelial, observou-se que após 72h de incubação, todas as concentrações testadas do extrato aquoso de C. aurantium inibiram mais de 80% do crescimento de B. cinerea. Todos os óleos essenciais e todas as concentrações testadas mostraram-se efetivos, inibindo aproximadamente 100 % do crescimento micelial após 48 h de incubação. Conclui-se que, o extrato aquoso de C. aurantium e todos os óleos essenciais testados são promissores no controle de B. cinerea in vitro, no entanto, in vivo carecem de mais pesquisas para que sejam efetivamente empregados. |