Resumo |
Num mundo em que os consumidores se encontram cada vez mais impacientes e exigentes, as empresas que desejam prosperar são obrigadas a possuírem uma cadeia de suprimentos rápida, responsiva e de baixo custo. Uma das estratégias propostas para resolver este problema é o Crossdocking. Esta é uma estratégia logística segundo a qual, os produtos vindos de uma unidade de produção são separados em um centro de distribuição e diretamente enviados aos consumidores, com pouco ou nenhum estoque intermediário. Para que isso seja possível, é necessário que haja um sequenciamento eficiente dos caminhões de carga e descarga nas docas disponíveis. Este trabalho visou otimizar o sequenciamento dos caminhões de carga e descarga no cenário em que todas as docas são tratadas como máquinas flexíveis, ou seja, podem processar qualquer tipo de caminhão. Para cada caminhão que sai do centro de Crossdocking, é conhecida sua lista de antecessores, caminhões que devem ser descarregados antes que o mesmo possa iniciar o seu carregamento. O tempo de processamento de todos os caminhões também é conhecido, adicionalmente, todos os caminhões a serem sequenciados são considerados já presentes no centro de Crossdocking. As docas estão em regime de máquinas paralelas, apenas um caminhão pode ser processado por vez em cada doca, os caminhões podem ser processados apenas uma vez e duas docas não podem processar o mesmo caminhão. Para resolver este problema foi desenvolvido um modelo arco-indexado de programação linear inteira mista, que foi testado em instâncias pequenas, com até oito caminhões de entrada. Dada a alta complexidade do problema, que é NP-completo, para a solução de instâncias maiores em tempo razoável foram desenvolvidas duas heurísticas, uma baseada na regra LTAP (Largest Total Amount of Processing) e a outra baseada na regra do caminho crítico ou CP (Critical Path). A heurística baseada em LTAP visa priorizar o sequenciamento dos caminhões cujos sucessores levarão mais tempo para serem processados. Já a heurística baseada no caminho crítico visa sequenciar primeiro os caminhões que fazem parte da cadeia mais longa de processamento. Estas heurísticas foram testadas em instâncias com até oitenta caminhões de entrada. Os resultados advindos deste trabalho indicam boas performances do modelo e das heurísticas, além de estimular maiores estudos sobre os benefícios da utilização de máquinas flexíveis. |