Resumo |
Orchidaceae é a maior família, em número de espécies, dentre as monocotiledôneas e está entre as famílias mais bem representadas no Cerrado rupestre. Sua raiz é o principal órgão de entrada dos fungos micorrízicos, sendo nelas estabelecidas várias associações mutualísticas importantes. Os fungos colonizam o seu tecido cortical, onde desempenham interações benéficas à obtenção de energia e ao desenvolvimento da planta. Assim, objetivou-se caracterizar, anatomicamente, as raízes de três espécies de orquídeas do Cerrado visando estabelecer o nível de frequência da associação micorrízica entre as espécies e seus hábitos epifítico e rupícola. As raízes das orquídeas Bulbophyllum weddellii (Lindl.) Rchb. F.; Hadrolaelia brevipedunculata (Cogn.) Chiron e V. P. Castroe e Prosthechea sp. Knowles e Westc. foram coletadas no Parque Nacional da Serra do Cipó, Santana do Riacho - MG, fixadas em FAA50% e estocadas em álcool 70%. Uma parte da amostra foi utilizada para cortes transversais a mão livre com o fechamento em gelatina glicerinada, após terem sido coradas com safrablau. O restante do material passou pelo processamento de desidratação etílica para inclusão em historesina, coradas com azul de toluidina e montadas com Permount (Fisher Scientific). Observou-se que a colonização micorrízica varia de acordo com a espécie e com o hábito. Prosthechea sp. apresentou maiores valores de frequência de colonização, frequência de pelotons intactos e intensidade de colonização em ambos habitats. Já B. weddellii e H. brevipedunculata apresentaram valores distintos em relação ao hábito, não havendo padrão nos índices de colonização nas variáveis de habitat. O hábito epifítico ou rupícola não influenciou, de maneira similar, os valores de F%, FPI% e IGC% dentro da mesma espécie e nem, interespecificamente, como também, não houve padrão para a ocorrência de pelotons intactos. As características anatômicas observadas foram específicas para cada espécie e não para cada hábito de vida. Porém, em H. brevipedunculata houve diferença no padrão de lignificação da parede da exoderme, sendo em “O” para as epífitas e em semi “U” invertido para as rupícolas. |